Áustria recorda os 70 anos da anexação nazista

A Áustria recordou nesta quarta-feira (12) os 70 anos da tomada do país pelos nazistas alemães. Houve uma sessão conjunta no Parlamento e velas foram acendidas em memória às vítimas do Holocausto, na mesma região em que Adolf Hitler recebeu boas-vindas entusiasmadas em 1938. O primeiro-ministro Alfred Gusenbauer e o presidente Heinz Fischer comandaram uma sessão especial no Parlamento, com discursos emocionados sobre a anexação da Áustria por Hitler.

Em anos recentes, o governo austríaco gastou milhões de euros para devolver aos verdadeiros donos os prédios, as obras de arte e outras propriedades tomadas pelos nazistas. Gusenbauer lembrou aos parlamentares que nenhum valor pode reparar o que foi feito. "Nenhuma compensação pode de algum modo diminuir o mal que os nazistas fizeram com os nossos cidadãos judeus", disse, para acrescentar: "Nada pode desfazer o indesculpável. Posso apenas humildemente implorar aos sobreviventes e aos parentes para aceitarem esse gesto pelo que ele é: uma mera admissão da injustiça que foi feita a vocês".

Barbara Prammer, presidente da Câmara dos Deputados, lembrou aos parlamentares o fato de que o país dividiu a responsabilidade pelas atrocidades nazistas, por causa de sua cumplicidade. Para ela, a noção de que os austríacos foram de alguma forma forçados a cometer crimes foi uma "ficção" criada após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. "Os nazistas simplesmente não vieram do nada", acrescentou Helmut Kritzinger, presidente do Senado. Gusenbauer anunciou que o governo construirá um Centro Simon Wiesenthal, em homenagem ao caçador de nazistas morto em 2005. Segundo o primeiro-ministro, a instituição será um centro de pesquisas e servirá como um "memorial para tudo que não pode ser esquecido".

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