Investigadores estão realizando exame forense da conversa final gravada entre o controle de solo e a cabine de comando do avião da Malaysia Airlines antes de ele desaparecer há mais de três semanas, disse o governo da Malásia nesta terça-feira. Enquanto isso, a Austrália, que está coordenando a procura pelo Boeing 777, advertiu que ela “pode se arrastar por muito tempo” e ser árdua.
O exame forense pode jogar luz sobre quem estava no controle da cabine de comando e também buscará determinar se havia algum estresse ou tensão na voz de quem estava se comunicando com o controle de solo – fatores cruciais em uma investigação de desastre aéreo. A busca até o momento não apontou qualquer sinal da aeronave, que desapareceu no dia 8 de março, com 239 pessoas a bordo, quando seguia de Kuala Lumpur para Pequim. Na terça-feira, 11 aviões e nove navios estavam focando em menos da metade da zona total de buscas, uma área de 120 mil quilômetros quadrados de oceano cerca de 2 mil quilômetros a oeste de Perth, na Austrália, de acordo com o Centro de Coordenação da Associação de Agências de Busca.
Nuvens baixas, chuva e mares revoltos prejudicaram os esforços de busca hoje. Uma avião da Guarda Costeira japonesa com radar de alta performance e câmeras infravermelhas concluiu apenas um dos três sobrevoos planejados na área de buscas, depois teve que voltar a Perth por causa das condições. Ele chegou a descer a um ponto apenas 150 metros dos marinheiros dos navios em determinado momento, mas os integrantes da tripulação não conseguiam ver nada das janelas.
Também hoje a Austrália enviou um controlador de tráfego transportado por via aérea para evitar colisões entre os aviões de busca que sobrevoam o Oceano Índico. Um avião E-7A Wedgetail da Força Aérea australiana equipado com radar avançado estava fazendo seu primeiro voo operacional, informou, por meio de sua conta no Twitter, a Autoridade de Segurança Marítima Australiana. Mais cedo, Angus Houston, que dirige a associação de agências que participam do esforço internacional de buscas, disse que o Boeing 737 modificado irá monitorar os céus cada vez mais cheios sobre a remota zona de busca. Sob circunstâncias normais, controladores de tráfego aéreo em solo usam radar e outros equipamentos para acompanhar todas as aeronaves na sua área de alcance e dirigir os aviões para que eles fiquem em diferentes altitudes e distâncias. Mas os aviões que participam da busca pelo avião desaparecido estão operando sobre uma parte remota do oceano, que fica a centenas de quilômetros de qualquer controlador de tráfego aéreo.
Houston, um ex-chefe de Defesa australiano, disse que o esforço de busca era o mais desafiador que já tinha visto. O ponto de partida para qualquer busca é a última posição conhecida do veículo ou da aeronave, afirmou. “Nesse caso em particular, a última posição conhecida estava muito, muito distante de onde o avião parece ter chegado. É muito complexo, é muito exigente”, afirmou. “O que realmente precisamos agora é encontrar partes, destroços da aeronave. Isso pode se arrastar por um longo período.” Fonte: Associated Press.