Combatentes leais a Alassane Ouattara, internacionalmente reconhecido como presidente da Costa do Marfim, se dirigiram para território hostil hoje, atacando um distrito leal a Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder.

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Moustapha Bakayoko, morador do bairro Yopougon, na capital Abidjã, disse que fortes confrontos tiveram início nesta manhã perto da casa do chefe do exército, Philippe Mangou, que se manteve leal a Gbagbo desde o início da crise, quando ele se recusou a deixar o cargo depois de perder a eleição, em novembro.

Um porta-voz do exército de Gbagbo, coronel Hilaire Gohourou, confirmou a batalha em Yopougon, mas se recusou a dar maiores detalhes. A casa de Mangou foi bastante atingida, porque os soldados a tem usado como ponto de ataque a partidários de Ouattara, disse Sitafa Ouattara, integrante da oposição.

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O ataque de hoje foi o primeiro no interior de um bairro de Abidjã que votou em Gbagbo e mostra que os combatentes, que se autodenominam “comandos invisíveis”, estão indo para o sul, na direção do palácio presidencial de Gbagbo. “Nós não vamos remover Gbagbo pela força, isso é o que os militares têm de fazer”, disse um combatente. “Estamos simplesmente combatendo para proteger a população da polícia, que tem cometidos assassinatos indiscriminadamente”.

O impasse eleitoral se transformou em sangrentas batalhas de rua e a Costa do Marfim esta à beira de uma guerra civil. Pelo menos sete mulheres foram mortas por policiais leais a Gbagbo no distrito de Abobo no último dia 3, quando elas protestavam e pediam o fim da violência, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já deixou quase 400 mortos.

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Meses de negociações diplomáticas não conseguiram persuadir Gbagbo a deixar o poder e nas últimas semanas os partidários de Ouattara lançaram operações militares no oeste da Costa do Marfim, tomando quatro cidades na região.

Na semana passada, a União Africana reforçou a vitória de Ouattara ao confirmá-lo como o presidente legal do país e dizendo que a mais alta corte marfinense deve empossá-lo. Aliados de Gbagbo rejeitaram a decisão, dizendo que ela não respeita a Constituição do país. As informações são da Associated Press.