O número de mortes na fronteira entre o México e os Estados Unidos aumentou, coincidindo com uma política mais restritiva por parte do governo de Donald Trump em relação à imigração irregular. Dados revelados nesta sexta-feira pela Organização Internacional de Migrações (OIM) apontam que, em sete meses de 2017, 232 migrantes morreram na tentativa da travessia. O número é 17% superior ao registrado em 2016.

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O mês mais mortífero foi o de julho, com 50 corpos descobertos próximos à fronteira. Nove deles, por exemplo, foram localizados ao longo do rio Grande, enquanto outros dez estavam dentro de um caminhão no Texas. No Arizona, foram 96 corpos numa região que enfrenta temperaturas acima de 40 graus.

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Na avaliação da entidade, o que preocupa é que o salto no número de mortes ocorre no momento em que há uma queda no fluxo de migração. Entre janeiro e junho, o total de pessoas detidas cruzando a fronteira foi de 140 mil, metade do que existiu em 2016.

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Desde 2014, o levantamento estima que 1,2 mil migrantes morreram tentando viver o “Sonho Americano”.

Na avaliação da OIM, muitas dessas vítimas jamais são reportadas e não se transformam em notícia, no México nem nos EUA. O último caso registrado, por exemplo, se refere à morte de um garoto de cinco anos que se afogou no Rio Grande, perto de Tamaulipas, no México.

Em 2017, o rio que serve de fronteira foi responsável por 57 mortes, 54% a mais que em 2016, quando 37 pessoas morreram.

Os especialistas da OIM estimam que o motivo seja a correnteza mais forte do rio, neste ano, causada por fortes chuvas.

Além das vítimas da fronteira entre os dois países, a entidade alerta que muitos dos imigrantes que desaparecem pelo caminho ainda são mortos em outros trechos, antes mesmo de chegar aos EUA. Isso é verdade principalmente no caso da Nicarágua. (Jamil Chade, correspondente)