O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não compareceu hoje a uma audiência no processo em que é acusado de ter subornado um advogado britânico para que mentisse em seu testemunho. A presença de Berlusconi, porém, não estava prevista na audiência de caráter técnico, disse seu advogado Niccolo Ghedini.

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Segundo Ghedini, o primeiro-ministro comparecerá quando houver fatos relevantes, a partir do próximo mês. Os promotores acusam Berlusconi de ordenar o pagamento, em 1997, de 600 mil euros ao advogado David Mills, em troca de seu falso testemunho em dois julgamentos. Tanto Berlusconi quanto Mills negaram qualquer irregularidade. Mills está na segunda e última instância da apelação de sua condenação no caso.

Nesta sexta-feira, um tribunal de três magistrados negou um pedido da defesa, argumentando que a parte do processo relativa a Berlusconi deveria começar de novo. O caso está em um tribunal de Milão e foi retomado após a Corte Constitucional italiana anular uma lei que eximia Berlusconi de ser julgando enquanto estiver no poder.

Em outro caso, Berlusconi e outros são acusados de pagar demais pelos direitos de exibir filmes norte-americanos na emissora de televisão Mediaset, de propriedade do magnata, e de embolsar a diferença. Os acusados na Itália não precisam comparecer nas audiências. Mas Berlusconi já disse que deseja se defender pessoalmente das acusações.

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Ao mesmo tempo Ghedini, também membro do Parlamento, defende uma nova lei que reduziria a duração dos julgamentos. Segundo seus detratores, o único objetivo desse projeto é acabar com os processos pendentes.

Um magnata dos meios de comunicação que virou político, Berlusconi já sofreu vários processos por negócios vinculados à Mediaset. Sempre foi considerado inocente ou os processos prescreveram. O primeiro-ministro garante ser uma vítima de magistrados com motivações políticas.

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