Ativistas pró-palestinos enviaram outro navio para desafiar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza nesta terça-feira e o Egito declarou que estava temporariamente abrindo uma passagem na fronteira com o território palestino após um ataque contra uma flotilha com ajuda humanitária que terminou com a morte de nove ativistas.

continua após a publicidade

A Turquia, que de forma não oficial apoiou a flotilha, liderou as críticas, chamando o ataque israelense de “massacre sangrento” e exigindo que Washington condene a ação. A Casa Branca reagiu cautelosamente, pedindo a revelação de todos os fatos.

A flotilha pró-palestinos se dirigia a Gaza com toneladas de ajuda humanitária. Após dias de advertência, Israel interceptou os navios durante a madrugada e deu início a um confronto que deixou nove ativistas mortos e dezenas de feridos, dentre eles sete soldados.

Israel disse que 679 pessoas foram detidas e que cerca de 50 delas deixaram o país voluntariamente. Centenas que se recusaram a cooperar continuam detidas e podem ser deportadas.

continua após a publicidade

Milhares de moradores da Faixa de Gaza correram hoje para a fronteira com o Egito, esperando aproveitar uma inesperada oportunidade de sair do território bloqueado, enquanto uma milícia palestina no norte de Gaza denunciou um ataque aéreo israelense no qual morreram três de seus membros.

Barcos

continua após a publicidade

Ativistas prometeram enviar mais dois barcos para desafiar o bloqueio israelense na Faixa de Gaza. “Esta iniciativa não vai parar”, disse Greta Berlin, do Movimento Gaza Livre, falando do Chipre, onde fica a sede do grupo.

Greta Berlin ressaltou que o Movimento Gaza Livre, que organizou a flotilha, não será detido e que outro navio de carga estava na costa da Itália a caminho de Gaza. Um segundo navio carregando mais de 30 passageiros deve se juntar ao primeiro navio, disse Berlin. Ela disse que os dois navios devem chegar à região no final desta semana ou no início da próxima semana.

“Esta iniciativa não vai parar”, avisou. “Nós achamos que eventualmente Israel vai ter um pouco de bom senso. Eles vão interromper o bloqueio a Gaza e uma das formas de fazer isso, para nós, é continuar a enviar navios.”

O Exército israelense recusou-se a dizer como vai responder à chegada de mais navios com direção a Gaza. Mas o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Yigal Palmor, disse que “não há mudança na nossa política” e pediu aos ativistas que enviem a ajuda humanitária a Gaza pelos meios autorizados.