Ativista cubano em greve de fome corre risco de vida

O jornal Granma, do Partido Comunista da Cuba, informou que o ativista de oposição Guillermo Farinas, que está em greve de fome há 129 dias, tem um coágulo sanguíneo e está “em perigo potencial de morte”. Segundo o jornal, Farinas está consciente e seu estado é estável, mas pode se deteriorar a qualquer momento.

Farinas, um psicólogo de 48 anos, entrou em greve de fome em 24 de fevereiro, reivindicando a libertação de dezenas de presos políticos. Ele está internado desde 11 de março no Hospital Universitário Arnaldo Milian Castro, na cidade de Santa Clara. Segundo o médico Armando Caballero, citado pelo Granma, Farinas chegou a ganhar peso graças à alimentação intravenosa, mas uma infecção e um coágulo sanguíneo provocaram uma deterioração de seu estado nos últimos dias.

“Vimos uma melhora discreta, mas não podemos dizer que isso afasta a possibilidade de complicações mais sérias”, disse Caballero. Ele acrescentou que Farinas ganhou de 5 a 6 quilos de peso desde que foi hospitalizado e que o dissidente tem assistido aos jogos da Copa do Mundo pela televisão.

Farinas tem um telefone em seu quarto, mas não foi capaz de dar entrevistas neste sábado. Sua mãe, Alicia Hernández, que é enfermeira, disse que a reportagem publicada pelo Granma não distorceu os fatos. “Ele tem mantido níveis básicos de nutrição. Os médicos estão fazendo tudo o que podem”, acrescentou.

Hernández também disse que Farinas vai continuar se recusando a ingerir alimentos e água até que o regime cubano atenda às suas exigências. “Isso está nas mãos do governo. Guillermo está em seus últimos dias, se suas reivindicações não forem atendidas, e elas são demandas humanitárias”, declarou a mãe do dissidente. Nos últimos 15 anos, Farinas havia feito outras 22 greves de fome e chegou a ser preso repetidas vezes sob as acusações de desrespeito à autoridade, desordem pública e agressão a um suposto informante do governo.

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