Enquanto o avião com o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, decolava rumo à República Dominicana, na quarta-feira, Junior Gonzalez, um jovem hondurenho de classe média, enrolava-se na bandeira verde e amarela do Brasil no meio de uma multidão vermelha de zelaystas que foi assistir seu líder partir para o exílio.

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“Queremos agradecer muito ao Brasil. Vocês se mostraram guardiães dos direitos e da democracia”, disse ele, vestindo a camisa 10 da seleção, ao ser questionado sobre por que se embrulhava na bandeira de um país que não era o seu.

A opinião de Gonzalez, entretanto, está longe de ser consensual. Após o Brasil dar guarida a Zelaya, a imagem do País imergiu completamente na lógica polarizada que domina há meses a sociedade hondurenha.

Zelaystas idolatram a diplomacia brasileira e o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Setores que apoiaram o golpe denunciam a “incompreensível sede de poder de um país que foi sempre amigo”. Em uma das poucas posições comuns, ambos os lados aproximam Lula a Chávez. Para os zelaystas, uma grande virtude. Para os antizelaystas, o pior dos vícios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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