Um atentado suicida durante o funeral de dois irmãos sunitas, integrantes de um Conselho de Salvação local considerado adversário da Al-Qaeda, deixou pelo menos 50 mortos na cidade de Albu Mohammed, 150 quilômetros ao norte de Bagdá, no Iraque. O homem-bomba entrou em uma tenda lotada, na qual eram feitas orações, e detonou os explosivos atados ao seu corpo, informaram policiais.
"Eu primeiro ouvi uma forte explosão, e quando me virei para olhar a tenda eu vi fogo e fumaça saindo", disse o xeque Omar al-Azawi. Ele estacionava o carro nas proximidades quando o acidente ocorreu.
Caso se confirme o número de mortos informado pelos policiais, este foi o pior atentado no país desde 6 de março, quando uma bomba no centro de Bagdá matou 68 pessoas. Na terça-feira (15), uma série de atentados suicidas matou 60 pessoas em quatro cidades no norte e centro do país.
Nesta semana houve vários casos de violência no Iraque, levantando o temor de uma reorganização dos insurgentes. Nos últimos meses, a violência havia caído no Iraque, com o aumento das tropas norte-americanas. Outro fator para isso foi a ampliação dos chamados Conselhos de Salvação – grupos de milícias tribais sunitas que se aliaram às tropas estrangeiras para combater a Al-Qaeda.
Na quarta-feira (16), o general Kevin Bergner, porta-voz militar dos Estados Unidos, afirmou que, apesar do aumento da violência nesta semana a situação geral é bem melhor que no ano passado.
A violência nas áreas sunitas ocorre em um momento delicado. Os confrontos entre forças dos EUA e locais e milicianos xiitas também cresceram no país, particularmente envolvendo membros da milícia Exército Mehdi, comandada pelo clérigo antiamericano Muqtada al-Sadr. Ontem, houve enfrentamentos entre as tropas iraquianas e milicianos xiitas, no bairro Cidade Sadr, em Bagdá. Dois homens morreram e 18 pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.
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