Uma bomba em uma mesquita no cinturão tribal do noroeste paquistanês matou 29 pessoas e feriu 50, incluindo alguns militantes. O ataque de hoje é mais uma mostra das ameaças de segurança no país, mesmo com o aparente aumento da cooperação contra extremistas entre Paquistão e Estados Unidos.

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O atentado na região do Passo Khyber ocorreu no dia em que o enviado especial dos EUA Richard Holbrooke se reuniu com o primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, em Islamabad, capital do país. Ao mesmo tempo, vieram a público informações segundo as quais autoridades locais têm perseguido os líderes do Taleban afegão em território paquistanês, uma antiga exigência dos EUA.

A explosão atingiu uma mesquita na área de Aka Khel, matando 29 pessoas e ferindo outras 50, segundo o funcionário local Jawed Khan. Autoridades ainda investigam se um homem-bomba realizou o ataque ou se ele ocorreu graças a um artefato instalado anteriormente.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Khan disse que entre os mortos havia militantes do Lashkar-e-Islam, um grupo insurgente que atua em Khyber. Esse grupo está em confronto com os militantes do Ansarul Islam, apesar de ambos terem ideologias semelhantes às do Taleban.

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Operação conjunta

Nesta semana, funcionários confirmaram que uma operação conjunta entre a CIA e o Paquistão capturou o número 2 do Taleban afegão, mulá Abdul Ghani Baradar, na cidade de Karachi, no sul paquistanês.

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Hoje, um funcionário afegão afirmou que há duas semanas dois líderes do Taleban no norte do Afeganistão também foram presos no Paquistão por autoridades locais. Os EUA e o Paquistão falaram pouco sobre essas prisões, mas elas podem significar uma mudança na política paquistanesa.

O Paquistão vinha frustrado os norte-americanos ou por negar o uso de seu território pelo Taleban ou por fazer pouco para combatê-lo. As prisões podem significar que as autoridades paquistanesas decidiram combater o grupo insurgente, que o governo do Paquistão ajudou a fortalecer como um estratégico aliado contra a rival Índia. As prisões ocorrem ainda no momento em que tropas afegãs e ocidentais lutam contra o Taleban pela cidade de Marjah, no sul afegão, província de Helmand.

Gilani disse a Holbrooke que os EUA devem levar em conta os temores paquistaneses de que a ofensiva em Marjah possa levar os refugiados afegãos e os militantes para o sudoeste e o noroeste do Paquistão. A dupla também discutiu a ajuda humanitária norte-americana para o Paquistão.