Um suicida matou 30 pessoas durante as preces de hoje na mesquita sunita em Haya Gai, em Upper Dir, um distrito no noroeste do Paquistão. Ninguém reivindicou a responsabilidade pelo ataque ocorrido perto do Vale do Swat, onde o Exército enfrenta o militantes do Taleban. Não está claro se diferenças sectárias podem estar por trás do atentado. Em outro incidente, uma bomba explodiu na beira de uma estrada, matando quatro soldados no cinturão tribal, também no noroeste do país.

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De acordo com o coordenador do distrito de Upper Dir, Atif-ur-Rehman, o número de mortos no ataque na mesquita pode aumentar. “O mais recente relato que tenho é que 30 corpos foram identificados. Eu não posso dizer quantos mais estão mortos, mas há muitos mais feridos na explosão”, afirmou Atif-ur-Rehman. Segundo ele, havia um suicida envolvido e a chuva e o fato de o local ser de difícil acesso dificultam o trabalho de resgate.

No outro incidente, quatro soldados foram mortos no Waziristão do Sul, de acordo com dois funcionários do setor de inteligência. O Waziristão do Sul é uma região tribal fronteiriça ao Afeganistão, que segundo funcionários, será o próximo local de ação dos militares paquistaneses contra o Taleban.

Os ataques ocorrem no momento em que o enviado norte-americano Richard Holbrooke se encontrou com autoridades paquistanesas, após avaliar de perto o sofrimento de parte dos quase 3 milhões de refugiados do país, vítimas da ofensiva no Swat. Centenas de pessoas ouviram relatos de que o governo retirou a proibição para que eles voltassem para casa, mas forças de segurança impediram que eles retornassem por enquanto.

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Os líderes paquistaneses insistem que estão comprometidos com o combate à militância no Vale do Swat, outrora um paraíso turístico, que caiu nas mãos do Taleban nos últimos dois anos. Os Estados Unidos apoiam a operação e veem a ofensiva como um teste da vontade do governo de enfrentar os militantes da Al-Qaeda e do Taleban ao longo da fronteira afegã. Porém, o amplo apoio público ao Paquistão pode diminuir se a violência militante se espalhar, como reação. Já houve ataques em grandes cidades, como Peshawar e Lahore, que funcionários apontam como vingança dos militantes pela ofensiva no Swat.

Ofensiva

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O Exército lançou a mais recente operação no Vale do Swat há um mês, após militantes descumprirem um acordo de paz do início do ano, ao tomar um distrito a apenas 100 quilômetros distante da capital, Islamabad. O cessar-fogo, no qual o governo concordou em permitir a implantação da lei islâmica no Swat e em áreas vizinhas, foi mediado pelo clérigo Sufi Muhammad. Um porta-voz militar estimou que levará pelo menos mais dois meses para o Swat ficar livre dos militantes.