O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou que os bombardeios da Rússia na Síria devem ser dirigidos a posições do Estado Islâmico e outros grupos terroristas no país e não à oposição moderada a Bashar al-Assad. “Não podemos confundir nossa luta contra o ISIL com o suporte a Assad”, disse Kerry, utilizando a sigla normalmente adotada pelo governo americano para se referir à organização.
As declarações do secretário americano foram feitas durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocada por Moscou para discutir a situação do Oriente Médio e o combate ao terrorismo. O debate evidenciou a divisão entre aliados da Rússia e dos EUA em relação à melhor estratégia para solucionar a crise na Síria.
O governo de Vladimir Putin realizou hoje seus primeiros bombardeios aéreos na Síria, um ano depois de os EUA terem iniciado suas ações no país. No encontro do Conselho de Segurança, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu a criação de uma ampla coalizão de combate ao terrorismo, com a participação de Assad e do Exército sírio.
Além dos EUA, a proposta foi rejeitada por França e Inglaterra. Os três países detêm poder de veto dentro do organismo ao lado de Rússia e China. O representante de Pequim se alinhou com a posição de Moscou ao defender uma solução política para a crise que abranja os interesses de “todas as partes” e se posicionar contra a intervenção externa “arbitrária” na região.
Os ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e da Inglaterra, Philip Hammond, criticaram a omissão do Conselho de Segurança na crise síria e a incapacidade do organismo de aprovar resoluções que autorizem ação coordenada de seus membros. A Rússia tem usado seu poder de veto para barrar propostas que considera contrárias aos interesses de seu aliado Assad. “O Conselho de Segurança tem sido infelizmente o conselho da impotência”, afirmou Fabius.