Explosões de bombas mataram pelo menos duas pessoas no nordeste da Nigéria, no mais recente distúrbio a atingir a mais populosa nação da África após eleições presidenciais e antes da disputa por governos estaduais. A polícia já localizou dois mortos e oito feridos.
As autoridades afirmam que o grupo islamita conhecido como Boko Haram está por trás dos ataques, ocorridos na noite de domingo de Páscoa, na cidade de Maiduguri. Não está claro se as explosões estão ligadas aos distúrbios ocorridos no norte do país na semana passada, que deixaram mais de 500 mortos, segundo um grupo de direitos humanos local.
Maiduguri é há tempos atingida pela violência ligada à seita islamita, que começou um levante em 2009. A polícia disse suspeitar que o grupo está por trás de explosões em um hotel e no portão de um terminal de transportes. As explosões ocorreram quase simultaneamente, nos locais pouco distantes. As mortes ocorreram no hotel.
Um porta-voz da polícia, Mai Mamman, disse hoje que os indícios levam ao Boko Haram, que havia realizado ataques similares no passado. Acredita-se que o Boko Haram se opõe ao partido governista no Estado de Borno, que tem Maiduguri como capital.
A maioria dos 36 Estados da Nigéria terá eleições para seus governos amanhã, entre eles Borno, onde o Partido Toda Nigéria está no poder. A sigla controla três Estados no país. O Boko Haram distribuiu folhetos mais cedo ontem, advertindo para novos ataques. O grupo quer um governo de orientação islâmica no país. “Nós não respeitamos o governo nigeriano porque ele é ilegal”.
A população nigeriana, de 150 milhões de habitantes, está dividida entre a maioria muçulmana do norte e a maioria cristã, no sul. O norte é marginalizado economicamente, em comparação com o sul rico em petróleo, o que gera violência. Apesar de ser o maior produtor de petróleo da África, a Nigéria sofre com a corrupção e enfrenta pobreza generalizada.
Ocorreram distúrbios no norte nigeriano há uma semana, após a eleição presidencial do dia 16, vencida pelo atual presidente, Goodluck Jonathan, um cristão do sul. O principal rival dele era Muhammadu Buhari, um ex-líder militar muçulmano do norte. As informações são da Dow Jones.