Três soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – dois da Estônia e um dos Estados Unidos – foram mortos em ataques no sul do Afeganistão. Sem dar detalhes, o Exército dos EUA informou que o norte-americano morreu ontem em um ataque de insurgentes. O Ministério da Defesa da Estônia afirmou que dois soldados foram mortos após a unidade deles ser vítima de uma bomba colocada à beira da estrada, na província de Helmand, sul do país. Além disso, novas denúncias de fraudes continuavam a chegar hoje após a eleição presidencial da semana passada.
A morte do norte-americano no atentado de ontem foi a 37.ª de soldado dos EUA no Afeganistão desde o início de agosto, em um mês de aumento nos ataques e na violência por causa da segunda eleição presidencial da história afegã. Milhões foram às urnas, mas o comparecimento foi bastante prejudicado pelas ameaças do Taleban. No dia da eleição houve ataques com foguetes no sul, um tiroteio na capital e confrontos que isolaram pessoas dentro de centros de votação, no leste do país.
Várias acusações de fraude e intimidação chegaram à comissão eleitoral desde então. Já há 45 reclamações, o que poderia até mudar o resultado da disputa. O presidente Hamid Karzai e seu principal rival, o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah, trocam acusações de fraude. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos candidatos e ao povo afegão que esperem as investigações antes de por em dúvida a legitimidade da disputa. “Não há dúvida de que houve irregularidades durante o dia da eleição”, afirmou Kai Eide, principal funcionário da ONU no país.
Julho foi o mês mais mortífero para as forças norte-americanas no Afeganistão desde o início do conflito, com 44 mortes. Já a Estônia perdeu seis soldados, de um total de 289 estonianos presentes em território afegão. Ontem, em entrevista à CNN, o almirante Mike Mullen descreveu a situação no Afeganistão como “séria e se deteriorando”, mas não quis comentar se eram necessárias mais tropas.