Diversos atentados perpetrados nesta terça-feira (15) provocaram a morte de pelo menos 69 pessoas no Iraque e acabaram com a relativa calma das últimas semanas nos redutos sunitas do país.
O pior ataque ocorreu em Baquba, um bastião da grupo extremista sunita Al-Qaeda no Iraque a 60 quilômetros de Bagdá. Um carro-bomba explodiu na frente de um tribunal, matando 40 pessoas e ferindo 70, diziam fontes médicas. Militares americanos falavam em 35 mortos e 66 feridos.
"A maior parte das vítimas está irreconhecível por causa das queimaduras", disse Ahmed Fuad, médico do principal hospital de Baquba. Três vans foram destruídas e dez casas danificadas.
Muitas das vítimas visitavam os órgãos do governo, eram trabalhadores que ajudavam a população a preparar documentos legais ou motoristas que passavam pela área no momento da explosão, segundo testemunhas.
Um homem afirmou ter visto um grande fogo, acompanhado de bastante fumaça preta. Em seguida, era possível notar corpos carbonizados dentro dos carros. "Quando me aproximei do local, vi carros em chamas, corpos queimados e lojas quebradas, com vidro quebrado por toda parte", disse uma testemunha, que se identificou apenas como Abu Ali.
Este foi o pior atentado perpetrado no Iraque desde 6 de março, quando um duplo ataque contra o centro comercial do bairro bagdali de Karradah provocou a morte de 68 pessoas.
Pouco depois do ataque em Baquba, um homem-bomba detonou os explosivos que levava atados ao corpo em um restaurante em Ramadi, outro reduto sunita. De acordo com o general Tareq al-Yusef, 13 pessoas morreram e 14 ficaram feridas.
Em Mossul, a terceira maior cidade do Iraque, um ataque duplo contra forças de segurança americanas e iraquianas deixou 12 feridos, entre eles quatro policiais. No centro de Bagdá, um carro-bomba explodiu e matou duas pessoas.
Segundo as Forças Armadas americanas há suspeitas de que os ataques tenham organizados pela Al-Qaeda no Iraque.
Embora tal informação não tenha sido confirmada, num vídeo divulgado nesta terça-feira (15), Abu Omar al-Baghdadi, líder da organização Estado Islâmico do Iraque, um dos braços da Al-Qaeda no país, conclamou seus simpatizantes à voltarem à insurgência.
"Dirijam suas armas para os cruzados e aqueles que os apóiam", diz Baghdadi na mensagem.
Os soldados norte-americanos informaram ainda que seis militantes foram mortos, também nesta terça-feira, durante uma operação realizada na área de Sudayrah, perto do bairro xiita de Cidade Sadr, na capital. Segundo a polícia iraquiana, dois garotos estavam entre os mortos. Os militares dos EUA, porém, disseram que não houve vítimas civis no confronto.
Também nesta terça-feira (15), dois assessores do grão-aiatolá Ali al-Sistani, líder máximo da comunidade xiita iraquiana, escaparam de tentativas separadas de assassinato no sul do Iraque, informou a polícia local.
