Um ataque a bomba que matou 16 pessoas fez com que a Itália questionasse seu papel no Afeganistão, hoje. Com isso, o país se torna o último dos envolvidos na guerra a questionar como ela está sendo conduzida. A Itália destacou a pressão sofrida pelos militares, que enfrentam uma longa guerra e um governo afegão que não está suficientemente equipado para cuidar sozinho de seus problemas. No entanto, segundo o major-general Marco Bertolini, as mortes dos italianos não diminuíram o compromisso do país. Ele afirmou que governo e militares “compartilham o forte desejo de cumprir a missão” e que nenhuma das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está ameaçando se retirar.
Este é o ano mais mortífero para as tropas da Otan, que já perderam mais de 300 soldados no Afeganistão em 2009. Os resultados finais da eleição presidencial afegã do mês passado ainda devem demorar semanas para serem divulgados, e a violência está aumentando, o que foi demonstrado pela explosão que matou dez afegãos e seis italianos em Cabul. O ataque fez com que o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, pedisse uma “estratégia de transição” para permitir que o governo afegão cuide mais de sua própria segurança e diminua os níveis de tropas estrangeiras.
O presidente afegão reiterou que seu governo está longe de ter condições para cuidar da insurgência sozinho. O exército afegão “ainda não está pronto para assumir toda a responsabilidade”, disse o presidente afegão, Hamid Karzai, em entrevista à “CNN” transmitida ontem. “É por isso que a comunidade internacional está aqui, para lutar contra o terrorismo e formar as forças afegãs.”
Em Washington, o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Mark Wright, disse que os Estados Unidos consideram a Itália um parceiro na guerra no Afeganistão, onde as tropas italianos têm um importante papel no oeste do país e que espera continuar trabalhando com os italianos.