Forças do Hamas invadiram instalações mantidas por um clã fortemente armado em Gaza nesta terça-feira (16) e o confronto que se seguiu deixou 11 pessoas mortas, segundo funcionários do próprio Hamas. Duas pessoas que passavam pelo local, entre elas um menor, estavam entre os mortos. Tiros de metralhadora e explosões foram ouvidos na vizinhança do local em que vivia o clã Doghmush. Trata-se de uma família poderosa, com ligações tanto com militantes como com grupos criminosos. Membros desse clã estavam envolvidos no seqüestro do jornalista Alan Johnston, da BBC, no ano passado.
Desde que tomou o poder à força na Faixa de Gaza, no ano passado o Hamas trabalha para estabelecer a ordem nas ruas da região e eliminar os grupos que possam ameaçar seu poder. No início de agosto foram mortas 11 pessoas em um confronto entre membros do Hamas e outros clãs, aliados ao Fatah. O Hamas lançou a operação horas após um membro do clã Doghmush matar um policial após resistir à prisão. O confronto começou quando o grupo não quis entregar o suspeito, segundo um porta-voz do Ministério do Interior, e durou nove horas.
Oito membros da família e um policial foram mortos, além das duas pessoas que passavam pela área. A idade do garoto morto não havia sido revelada. Além disso, outras 40 pessoas ficaram feridas. Da Cisjordânia, controlada pelo laico Fatah, um porta-voz do grupo classificou a operação do Hamas como um “crime”. O funcionário criticou o derramamento de sangue durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.