Um ataque de morteiros atingiu um bloco de apartamentos na cidade ucraniana de Donetsk, controlada por rebeldes, em outra violação ao cessar-fogo estabelecido em 5 de setembro entre as forças governamentais e os insurgentes pró-Rússia.
Um prédio residencial no norte de Donetsk foi gravemente danificado pelo bombardeio, que destruiu pelo menos dois apartamentos. A agência de notícias RIA Novosti informou que duas pessoas morreram no ataque, mas nenhuma testemunha confirmou mortes de civis.
“A situação continua difícil”, afirmou Andriy Lysenko, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia. “As tropas ucranianas cumpriram com o regime de cessar-fogo, mas os terroristas continuaram com as provocações”, declarou, se referindo aos separatistas pró-Rússia. Lysenko também informou que nove soldados foram mortos e outros oito foram feridos no ataque noturno.
Essa parte da cidade tem sido alvo de ataques quase diários, apesar do cessar-fogo, assim como a área próxima ao aeroporto controlado pelo governo, em que bairros residenciais estiveram sob fogo cruzado.
Os bombardeios contínuos aconteceram após um acordo assinado no sábado em que ambos os lados se comprometeram a retirar armas de artilharia pesada das linhas de frente, estabelecendo uma zona de proteção que permitiria que o cessar-fogo fosse mais eficiente. Tropas foram retiradas em alguns vilarejos da região, mas o aeroporto e outras áreas permaneceram como alvos. Mais de 3.500 pessoas morreram no conflito desde meados de abril, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Países do Ocidente e a Ucrânia acusam Moscou de apoiar os rebeldes com armas e soldados voluntários no conflito. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também relatou a presença de tropas russas lutando em território ucraniano.
O canadense Jay Janzen, porta-voz da Otan, afirmou que a organização testemunhou uma “retirada significante das forças russas convencionais de dentro da Ucrânia”, mas acrescentou que “algumas tropas russas continuam”. Ele afirmou que é difícil precisar quantas ainda estão na Ucrânia porque elas estavam se movendo pela fronteira, controlada majoritariamente por separatistas. Fonte: Associated Press.