O Taleban atacou um complexo do governo no leste do Afeganistão no amanhecer desta quinta-feira com dois caminhões-bomba e deixou 12 pessoas mortas, incluindo dez policiais que dormiam em alojamentos próximos.
A agressão aconteceu após a divulgação de uma dura mensagem do Taleban a líderes mundiais reunidos na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no País de Gales, que inclui discussões sobre o fim da missão da aliança no Afeganistão. A saída das tropas de combate estrangeiras no fim do ano é a prova de que “nenhum país é capaz de dominar uma nação livre, especialmente uma nação orgulhosa e livre como o Afeganistão”, diz a nota do grupo.
O ataque desta quinta-feira começou no nascer do Sol, com o envio de dois grandes caminhões-bomba para perto do complexo do governo afegão na província de Gázni, seguido por um ataque com cerca de 12 atiradores. A ação deu início a uma batalha com policiais e forças de segurança no local e 21 combatentes foram mortos, incluindo dois homens-bomba, informou o Ministério do Interior do Afeganistão. O Taleban assumiu a responsabilidade pelo ataque em uma mensagem enviada à mídia.
As bombas quebraram diversas janelas e deixaram cerca de 200 pessoas feridas, a maioria por estilhaços de vidro, informou o governador de Gázni, Musa Khan Akbarzada. Ele disse que a explosão de um dos caminhões fez um buraco de dez metros de profundidade no chão. O Ministério do Interior informou que o número de feridos é de 130 pessoas. O ataque também destruiu uma livraria da cidade e dois museus, informou o governador.
A ação militante aconteceu em meio a uma crise política no Afeganistão, onde a eleição presidencial realizada em abril continua sem um vencedor oficial. Dois candidatos que concorreram à sucessão do presidente Hamid Karzai retiraram seus observadores da auditoria dos votos. A determinação final dos resultados é esperada para a próxima semana.
Ainda que a previsão seja que as forças da Otan deixem o Afeganistão no fim do ano, um pequeno número de tropas internacionais e dos EUA podem continuar após 2014 para prestar assistência aos afegãos. Mas há um grande contingente da população favorável a assinatura de um acordo com os EUA para prolongar a presença das tropas, o que o atual presidente, Hamid Karzai, se recusa a fazer. Ambos candidatos à Presidência – o ex-ministro de relações exteriores Abdullah Abdullah e o ex-ministro de finanças Ashraf Ghani Ahmadzai – prometerem fechar o acordo. Era esperado que o novo presidente do país comparecesse à cúpula da Otan que começa nesta quinta-feira, caso o imbróglio eleitoral tivesse sido resolvido. Fonte: Associated Press.