O correspondente do jornal New York Times, Anthony Shadid, de 43 anos, morreu de um ataque de asma na Síria na quinta-feira, informaram o jornal e autoridades nesta sexta-feira. Shadid, de origem libanesa, falava árabe fluente e cobriu antes a invasão norte-americana do Iraque, a guerra civil na Líbia e os conflitos entre Israel e os palestinos na Cisjordânia. Shadid trabalhou para a Associated Press, The Washington Post e The Boston Globe.

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O fotógrafo do New York Times, Tyler Hicks, disse ao jornal que os dois haviam feito reportagens na Síria e voltavam para a Turquia com contrabandistas através de passos na fronteira, quando seu colega teve um ataque de asma. “Eu fiquei perto dele e perguntei se ele estava bem e então ele morreu”, disse Hicks. Segundo ele, Shadid estava inconsciente e sua respiração muito fraca. Hicks carregou o corpo de Shadid até a Turquia, disse o jornal.

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, enviou os pêsames à família do jornalista. “Envio os sinceros pêsames à família de Anthony Shadid, aos seus amigos e colegas do New Yor Times. Eu conheci o jornalista e o admirava”, escreveu o premiê libanês.

O pai do correspondente, Buddy Shadid, disse que o jornalista sofreu de asma a vida inteira e tinha medicamentos com ele na Síria. “Ele caminhava perto da fronteira turca porque está muito perigoso cruzar a passagem de carro. Ele caminhava atrás de alguns cavalos e era extremamente alérgico a cavalos. Então, ele teve o ataque de asma”, disse Buddy. Shadid venceu dois prêmios Pulitzer, o galardão máximo da imprensa norte-americana, em 2004 e 2010. Shadid esteve no ano passado entre quatro repórteres detidos pelas forças de Muamar Kadafi durante seis dias, quando cobria a guerra civil na Líbia. Shadid deixa a esposa, Nada Bakri, e dois filhos.

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Natural da cidade de Oklahoma, Shadid começou sua carreira na Associated Press em Milwaukee em 1990. Ele trabalhou depois em Nova York e Los Angeles e em 1995 foi transferido para o Cairo. “Shadid tinha um conhecimento profundo e sofisticado” sobre o Oriente Médio, disse Martin Baron, editor do The Boston Globe. “Mais do que qualquer coisa, seu esforço em conectar a cobertura da invasão estrangeira (norte-americana do Iraque, em 2003) com as pessoas comuns que viviam no país e em entender suas vidas, é o que tornou seu trabalho tão especial”, disse Baron. “Não era sobre diplomacia que ele escrevia, era sobre as pessoas comuns, como suas vidas foram dramaticamente afetadas pelos eventos mundiais”, disse Baron.

As informações são da Associated Press.

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