O líder líbio Muamar Kadafi escapou do ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Trípoli, que matou um dos seus filhos e três dos seus netos, disse hoje um porta-voz do governo. Horas depois, as forças de Kadafi atacaram um porto rebelde em um sinal de que o ataque aéreo não forçou uma mudança nas táticas do regime.

continua após a publicidade

O ataque da Otan à família Kadafi em uma área residencial de Trípoli, ontem, sinalizou a elevação da pressão sobre o líder líbio. A aliança militar reconheceu que havia atingido um “prédio de comando e controle”, mas insistiu que todos os seus alvos têm natureza militar e estão ligados aos ataques sistemáticos de Kadafi à população.

Os oficiais líbios denunciaram o ataque como um crime e violação de leis internacionais. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, no entanto, sem confirmar as mortes, disse à BBC que o ataque estava alinhado com o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) de evitar “perda de vidas civis ao mirar a máquina de guerra de Kadafi”.

O ataque atingiu a casa de um dos filhos mais novos de Kadafi, Seif al-Arab, quando o líder líbio e sua mulher estavam dentro, disse o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim. Seif al-Arab, de 29 anos, e três dos netos de Kadafi, todos abaixo de 12 anos, foram mortos.

continua após a publicidade

Os jornalistas levados ao complexo de prédios viram pesados danos causados por bombas.

Na manhã de hoje, as tropas de Kadafi tomaram o porto de Misrata, onde um navio maltês de ajuda descarregava alimentos e suprimentos médicos.

continua após a publicidade

O comandante da operação da Otan, general canadense Charles Bouchard, disse que estava ciente de informações não confirmadas de que alguns membros da família Kadafi haviam sido mortos e lamentou “toda perda de vida, especialmente os civis inocentes sendo feridos como resultado do conflito”.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um aliado do Kadafi, condenou o ataque aéreo, classificando a intervenção militar na Líbia como “loucura”. Ele disse acreditar que “a ordem dada é para matar Kadafi”. As informações são da Associated Press.