Centenas de budistas armados com pedras atacaram nesta terça-feira um vilarejo islâmico na cidade de Okkan, em Mianmar, e queimaram dezenas de casas. Segundo Thet Lwin, vice-comissário de polícia da região, o episódio de violência deixou um morto e nove feridos, sendo que nove pessoas foram presas.

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Os agressores queimaram 157 edifícios, entre casas, lojas e duas mesquitas. Esse é o segundo caso de violência étnica desde março, quando um grupo de budistas atacou a cidade de Meikthila, deixando 43 mortos. Esses fatos mostram o fracasso do governo reformista do presidente Thein Sein em conter a violência contra a minoria muçulmana, enquanto o país sai de um período de 50 anos de forte ditadura militar.

Os muçulmanos de Okkan dizem que um grupo de residentes locais foram responsáveis pelos ataques, mas um político local do partido governista União Nacional, Myint Thein, afirma que membros do grupo budista “969” estão envolvidos. O grupo incita os budistas a evitar casar, empregar e mesmo comprar em lojas de muçulmanos.

Cerca de 300 policiais patrulhavam a região nesta quarta-feira, mas o clima era de tranquilidade. Ainda não está claro o que vai acontecer com as pessoas que perderam suas casas, com muitas famílias perambulando sem rumo pelas ruas e campos.

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Na semana passada o grupo americano Human Rights Watch acusou autoridades do Estado de Rakhine, incluindo monges budistas, políticos locais e membros do governo, de fomentar uma campanha de “limpeza étnica” contra os muçulmanos. Essa minoria representa quase 4% da população de 60 milhões de habitantes de Mianmar. As informações são da Associated Press.

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