Policiais armados com cassetetes e escudos atacaram manifestantes, hoje, em Argel, capital argelina, que desafiaram a proibição de reuniões públicas na cidade e realizaram uma marcha pelas ruas. Cerca de 42 pessoas ficaram feridas. A Argélia está entre os muitos países do norte da África e do Oriente Médio que começaram a demonstrar resistência contra seus líderes autocráticos depois que um jovem ateou fogo ao próprio corpo na Tunísia, dando origem a uma onda de protestos que levou o homem forte do país a fugir.
Os organizadores do protesto no partido democrático de oposição hastearam a bandeira da Tunísia ao lado da bandeira da Argélia no balcão da sede do partido onde a marcha iria começar. Os policiais, escoltados por um helicóptero e caminhões, cercaram a saída da sede para assegurar que os manifestantes não deixariam o edifício e atacaram quem tentou deixar o local. Do lado de fora, jovens acenavam com a bandeira nacional e gritavam “Poder assassino”.
“Eu sou um prisioneiro na sede do partido”, disse Said Sadi, um ex-candidato presidencial que lidera o Partido do Rali pela Cultura e Democracia, por meio de um megafone na janela do edifício. Manifestantes gritavam “Saia Boutef”, referindo-se ao presidente Abdelaziz Bouteflika, refletindo os gritos contra o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, antes de ele fugir para a Arábia Saudita em 14 de janeiro.
Durante o confronto, o líder do partido no Parlamento, Atmane Mazouz, foi atingido no rosto com um cassetete. Cinco manifestantes foram presos e 42 foram levados feridos para os hospitais. A agência de notícias oficial afirmou que sete policiais foram feridos, sendo dois com gravidade. As informações são da Associated Press.