Um míssil lançado na noite desta segunda-feira (15) matou duas pessoas na vila de Tabi Tolkhel, na região tribal do Waziristão do Norte, no Paquistão. Suspeita-se que o míssil, que explodiu nas proximidades da fronteira com o Afeganistão, seja norte-americano, afirmaram funcionários do governo e uma testemunha.

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O ataque parece ser o último de uma série, supostamente realizada pelos Estados Unidos, contra alvos militantes na região da fronteira noroeste paquistanesa, há muito tempo ocupada por extremistas da Al-Qaeda e do Taleban. Mais de 30 ataques já foram registrados na área desde agosto.

O ataque incendiou uma casa, disse Ajab Khan, morador da vila atingida. Segundo ele, dois corpos foram retirados da casa e três feridos foram levados por um carro. Homens, supostamente membros do Taleban, cercaram a casa, disse Khan, uma ocorrência comum após explosões desse tipo. Três oficiais de inteligência, que não quiseram se identificar, confirmaram os números de mortos e feridos citando informantes.

A área tribal Mohmand está entre as regiões fronteiriças paquistanesas nas quais a militância prolifera. Hoje, forças paramilitares entraram em conflito contra militantes numa batalha de três horas na área de Darwazgai. Um soldado e sete insurgentes morreram, dentre eles um comandante militante local, segundo um comunicado paramilitar.

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Visita

Dois senadores dos Estados Unidos visitaram Islamabad em meio a fortes tensões por causa dos ataques a Mumbai, que mataram mais de 160 pessoas. A Índia acusa o grupo extremista paquistanês Lashkar-e-Taiba pelos atentados em Mumbai. Os Estados Unidos afirmam que o grupo, envolvido na disputa entre Índia e Paquistão pela região da Caxemira, tem ligações com a Al-Qaeda. Suspeita-se que a poderosa agência de espionagem paquistanesa mantenha ligações com o Lashkar-e-Taiba, organização proscrita em 2002, e com outros grupos militantes.

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O senador norte-americano John Kerry, o próximo presidente do Comitê de Relações Internacionais do Senado, estava nesta terça (16) no Paquistão. O senador Christopher “Kit” Bond também chegou ontem ao país para reuniões com altos representantes paquistaneses, informou o porta-voz da embaixada norte-americana, Lou Fintor. Vários funcionários do governo dos Estados Unidos já visitaram a Índia e o Paquistão desde os ataques à capital comercial indiana no mês passado.

Durante sua visita à Índia, John Kerry pediu ao recém empossado governo civil do Paquistão que a agência de inteligência seja colocada sob controle do governo para ajudar a combater o terrorismo na região. “É necessário que os serviços de inteligência do Paquistão não sejam capazes de fazer suas próprias escolhas ou de operar fora dos padrões que temos o direito de esperar”, disse Kerry.

Ataques em Mumbai

O governo do Paquistão negou qualquer ligação com os ocorridos em Mumbai. Numa entrevista à revista Newsweek, publicada no final de semana, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari afirmou que “não há interação nem apoio entre nossa inteligência e o Lashkar-e-Taiba”.

O primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani disse ontem que não permitirá que investigadores britânicos interroguem os detidos suspeitos de participação nos ataques de Mumbai, rejeitando um pedido do premiê Gordon Brown. Gilani também disse a Brown que “se houver provas, essas pessoas serão processadas pelas leis do Paquistão”.

O Paquistão prometeu ampla cooperação com as investigações, deteve pelo menos dois suspeitos e tornou-se mais exigente em relação a entidades islâmicas que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), têm vínculos com terroristas. Brown também pediu que a Índia permitisse que policiais britânicos interrogassem o único terrorista dos ataques a Mumbai capturado vivo. O governo indiano não respondeu.