Um ataque aéreo contra um campo de refugiados no sul da Somália matou pelo menos três pessoas e deixou dezenas de mulheres e crianças feridas, informou nesta segunda-feira o grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF). O Exército do Quênia reconheceu ter realizado um ataque aéreo, mas afirmou que as vítimas eram todas militantes islamitas.

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O porta-voz militar do Quênia, major Emmanuel Chirchir, responsabilizou um combatente do grupo al-Shabab pelas mortes de civis, afirmando que o homem levou um caminhão cheio de munições para o campo, onde ele explodiu. Chirchir disse que a Força Aérea atingiu o caminhão quando ele se afastada do campo de treinamento do al-Shabab e pegou fogo. Segundo ele, o motorista foi para o campo para usar o refugiados como escudo humano e evitar novos bombardeios.

O Médicos Sem Fronteiras disse que 52 pessoas ficaram feridas, a maioria mulheres e crianças, quando o bombardeio aéreo atingiu o campo, que abriga pessoas desalojadas da cidade de Jilib, no domingo. Cerca de 1.500 famílias fugiram para o local em meio à escassez de comida na Somália no início deste ano.

Não há meios de verificar as diferentes versões dos fatos. De qualquer forma, a morte de civis será uma questão que terá de ser tratada pelo Quênia e pode fazer com que alguns somalis passem a ser contrários à intervenção militar do Quênia no país.

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O MSF disse em comunicado que estava transportando os feridos para o hospital em Marere, mas lembrou que a instalação tem limitada capacidade de realizar cirurgias.

O ancião Ahmed Sheik Don, da dicade de Jilib, disse que os aviões atingiram um ponto de ônibus e uma área perto do campo antes de finalmente atingir uma base do al-Shabad, militantes somalis ligados à Al-Qaeda.

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Citando informantes no local, Chirchir disse que dez integrantes do al-Shabab foram mortos e 47 ficaram feridos no ataque.

O Quênia enviou tropas para a Somália em outubro, depois da ocorrência de sequestros na fronteira que o país afirma terem sido cometidos por homens armados do sul da Somália. As informações são da Associated Press.