Supostos militantes islamitas mataram 29 estudantes durante um ataque na madrugada desta terça-feira a uma escola no nordeste da Nigéria, informaram sobreviventes. Os homens atearam fogo a um dormitório trancado e mataram a tiros ou cortaram as gargantas do que escaparam do local.
Os soldados que trabalham num posto de verificação perto da escola, pertencente ao governo, foram misteriosamente retirados horas antes do ataque, disse o porta-voz do governo do Estado de Yobe, Abdullahi Bego.
As meninas foram poupadas do ataque, disse Bego. Os homens foram aos dormitórios femininos e disseram às jovens que fossem para casa, se casassem e abandonassem a educação ocidental, que, segundo dizem, é contra aos preceitos do Islã.
Os militantes trancaram a porta do único dormitório onde os meninos dormiam e atearam fogo, cortando as gargantas dos que tentavam pular as janelas e atirando contra os que conseguiram fugir, disse o professor Adamu Garba. Alguns dos estudantes foram queimados vivos durante o ataque, que começou por volta das 2h.
Bengo disse que todo o complexo da escola, composto por seis dormitórios, prédio administrativo, alojamento dos funcionários, um ambulatório médico e a cozinha, foi destruído por bombas incendiárias.
O governador Ibrahim Gaidam visitou o local onde ficava a Escola Federal do Governo em Buni Yadi, instituição de ensino secundário localizada a 70 quilômetros ao sul da capital do Estado, Damaturu.
“A comunidade reclamou com o governador que ontem os militares foram retirados e então o ataque aconteceu”, disse Bego. Um grupo de cerca de oito soldados estava no posto de verificação quando um repórter da AP visitou o local recentemente. Na base militar mais próxima, a cerca de 2 quilômetros de distância, havia 30 soldados na cidade de Buni Gari.
Mas soldados da capital do Estado não chegaram ao local até o meio-dia, horas depois de os homens terem encerrado o ataque e se retirado, segundo líderes comunitários, não antes de queimar os corpos de 29 vítimas, a maioria com idades entre 15 e 20 anos.
O porta-voz militar Eli Lazarus confirmou o ataque mas não o número de mortos, já que os soldados ainda estavam reunindo corpos. Vários soldados têm sido detidos sob acusação de ajudar e passar informações para extremistas da rede terrorista Boko Haram, que significa “educação ocidental é proibida”. Um senador também foi alvo de acusações semelhantes.
O ataque desta terça-feira foi o mais recentes de uma série que somente neste mês deixou mais de 300 mortos. Fonte: Associated Press.