Ataque a duas mesquitas mata mais de 70 no Paquistão

Um ataque a duas mesquitas no leste do Paquistão matou hoje mais de 70 pessoas, segundo uma autoridade de Lahore. A ação nessa cidade foi atribuída a extremistas islâmicos e teve como alvo templos religiosos da seita Ahmadi. Esse grupo religioso minoritário sofre discriminação no país e também ataques ocasionais cometidos por radicais sunitas.

O vice-comissário de Lahore, Sajjad Bhutta, também disse que mais de 80 pessoas ficaram feridas no ataque. Agressores armados invadiram as mesquitas, enquanto centenas de pessoas se concentravam nesses locais, no tradicional dia da semana de preces para os muçulmanos. A suspeita é a de que ainda haja rebeldes fazendo reféns.

A seita Ahmadi se considera muçulmana, mas ela acredita que seu fundador se identificava como um profeta, centenas de anos após a morte de Maomé. Para os demais muçulmanos, não houve um profeta depois de Maomé. Essa seita sofre discriminação no país, muitas vezes com a tolerância de autoridades paquistanesas. Um porta-voz Mahdi lembrou que a seita condena a violência e notou a preocupação desse grupo com o ataque.

Sob pressão da linha-dura, o Paquistão declarou nos anos 1970 a Mahdi como uma seita que não era muçulmana. Eles não podem se declarar muçulmanos nem realizar atividades como recitar as preces dessa religião. A estimativa é de que haja quatro milhões de membros da seita Mahdi no Paquistão, onde vivem quase 180 milhões de pessoas. Com informações da Dow Jones.