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Assessor dos EUA se reúne com líderes do Egito, após corte na ajuda americana

O presidente e o ministro das Relações Exteriores do Egito se reuniram nesta quarta-feira com o assessor Jared Kushner, da Casa Branca, horas após o governo dos Estados Unidos cortar ou adiar o envio de milhões de dólares em ajuda ao Cairo por preocupações com os direitos humanos. Kushner, também genro do presidente Donald Trump, foi ao Cairo como parte de seu giro pelo Oriente Médio, voltado a avaliar maneiras de retomar as conversas de paz entre israelenses e palestinos, que entraram em colapso em 2014.

Uma versão modificada da agenda do ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, havia mostrado mais cedo que a reunião com Kushner estava cancelada, o que foi visto como uma retaliação em protesto pelos cortes de ajuda. Mas Shoukry depois participou da reunião entre Kushner e o presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, além de se reunir separadamente com a delegação americana na chancelaria.

A delegação americana incluía Jason Greenblatt, enviado dos EUA para negociações internacionais, e Dina Powell, vice-assessora de segurança nacional.

O governo Trump cortou na terça-feira quase US$ 100 milhões em ajuda militar e econômica ao Egito e retardou o envio de quase US$ 200 milhões a mais em financiamento militar, citando o histórico ruim em direitos humanos do Egito e sua repressão a grupos cívicos e a outros grupos não governamentais.

A medida veio como uma surpresa para muitos, diante dos laços próximos forjados desde que Trump assumiu o poder. O presidente dos EUA tem elogiado várias vezes el-Sissi como um aliado crucial na luta contra o terrorismo.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores egípcio lamentou a decisão dos EUA, avaliando-a como um “erro de julgamento da natureza das relações estratégicas que têm unido os dois países há décadas”. O Egito é um dos países que mais recebem ajuda militar e econômica dos EUA, obtendo cerca de US$ 1,5 bilhão anualmente. A ajuda militar de US$ 1,3 bilhão e os US$ 250 milhões em ajuda econômica estão ligados ao tratado de paz de 1979 entre o Egito e Israel.

Nos últimos anos, autoridades egípcias prenderam milhares de pessoas desde que el-Sissi liderou o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Mursi, em 2013. A maioria das prisões foi de partidários islâmicos de Mursi, mas vários ativistas seculares e liberais também foram detidos. Em abril, Trump não fez menção pública aos direitos humanos, ao receber el-Sissi na Casa Branca. Fonte: Associated Press.

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