A Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição é majoritária, aprovou uma consulta popular no dia 16 de julho, onde os venezuelanos decidirão se desejam continuar com Nicolás Maduro na presidência do país.
A aprovação da moção foi feita após civis armados, partidários do governo Maduro, terem entrado no Parlamento e agredido diversas pessoas, deixando 13 feridas – entre elas, cinco deputados. No dia votação, os venezuelanos também decidirão se aprovam a realização de uma Assembleia Constituinte proposta pelo presidente e quais são as funções que devem ser atribuídas às Forças Armadas do país. Segundo os oposicionistas, a consulta popular deverá ser realizada em igrejas, escolas e praças públicas.
“A melhor maneira de selar a convocação da consulta popular é aprovar esse acordo após esse último episódio infame”, disse o opositor Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional, referindo-se ao episódio da agressão de civis a deputados oposicionistas. “[A situação de hoje] nos envergonha e nos machuca como venezuelanos. É um reflexo da situação do país”, disse o parlamentar, que pediu aos cidadãos venezuelanos que permaneçam na luta “para ganhar a liberdade”.
Durante a tarde, cerca de 200 manifestantes simpáticos ao governo Maduro atacaram com objetos e cadeiras congressistas e empregados da Assembleia Nacional. O presidente condenou o incidente e, ao final de um desfile militar para comemorar o aniversário da independência do país, disse que “não aceitaria violência” e pediu que os atos fossem investigados, chamando-os de “estranhos”.
Alguns manifestantes com rostos cobertos atiraram para o alto enquanto outros lançavam gases lacrimogêneos e fogos de artifício. Em uma tentativa de defesa, alguns empregos do Congresso utilizaram extintores durante o ocorrido.
“Um governo que faz isso de hoje com o seu Parlamento é um governo débil, é um governo caído, é um governo covarde”, disse Borges. Dirigindo-se a Maduro, o deputado assegurou que “[os deputados] representam todo o povo venezuelano e faremos valor os direitos da população”.
Desde o início da intensificação dos protestos na Venezuela contrários ao governo de Nicolás Maduro, que passaram a ser quase diários, 91 pessoas morreram e mais de 1.400 ficaram feridas.