A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deve aprovar nesta quarta-feira uma resolução apoiada por países árabes que pede uma transição política na Síria e condena fortemente o regime do presidente Bashar Assad pelo aumento do uso de armas pesadas, informaram diplomatas da ONU.

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Mas a resolução não terá o mesmo apoio que o documento anterior, discutido na Assembleia em agosto, que condenava a repressão aos dissidentes, afirmaram as fontes nesta terça-feira, falando em condição de anonimato.

O organismo composto por 193 membros deve votar a resolução na manhã desta quarta-feira. O documento também condena as “graves violações” do governo sírio aos direitos humanos, afirmou o porta-voz da Assembleia, Nikola Jovanovic.

O grupo de países árabes decidiu buscar a provação de uma extensa resolução sobre a Síria na Assembleia Geral, onde não há vetos, para refletir o assombro internacional com o aumento do número de mortos, atualmente em mais de 70 mil, e o fracasso do encerramento do conflito, que já dura mais de dois anos.

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Ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança, que têm força de lei, as resoluções da Assembleia Geral não podem ser impostas. Mas a aprovação de uma resolução na Assembleia seria um contraponto à paralisia do dividido Conselho de Segurança, onde Rússia e China, aliados da Síria, vetaram três resoluções apoiadas pelo Ocidente com o objetivo de pressionar Assad a interromper a violência.

O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, enviou cartas pedindo aos membros da ONU que votem contrariamente à resolução. Ele disse que o documento é “unilateral e tendencioso”, além de “contraproducente”, tendo em vista o entendimento alcançado pelo ministro de Relações Exteriores russo Sergey Lavrov e o secretário de Estado norte-americano John Kerry em Moscou, no início deste mês, para convocar uma reunião internacional de acompanhamento sobre a transição política na Síria.

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A resolução, patrocinada por países árabes, foi aprovada em agosto por 113 votos a favor e 12 contra, e 31 abstenções.

O documento condena fortemente o uso de armas pesada pela Síria, lamenta o fracasso do Conselho de Segurança em agir, diz que a Síria deve dar o primeiro passo para interromper a violência e destaca que um rápido processo de transição representa a “melhor oportunidade” para resolver a crise de forma pacífica.

Os diplomatas previram que a resolução, que será votada nesta quarta-feira, obterá uma maioria menor, algo entre 100 e 110 votos favoráveis, em razão das preocupações sobre a oposição síria.

Com linguagem semelhante à recomendação de agosto, a o documento destaca que “o rápido progresso de uma transição política representa a melhor oportunidade” para resolver o conflito sírio pacificamente. As informações são da Associated Press.