A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria oposicionista, rechaçou nesta quinta-feira o pedido do presidente Nicolás Maduro para ampliar por 60 dias um decreto de emergência econômica.

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“A única forma pela qual o povo venezuelano pode acompanhar medidas econômicas onde tenha que fazer mais sacrifício é com a mudança radical na maneira como se vem governando”, afirmou o segundo vice-presidente do Congresso, deputado Simón Calzadilla. Segundo ele, caso o Tribunal Supremo de Justiça, acusado de estar controlado por governistas, aprove a ampliação da emergência econômica, isso constituiria uma violação constitucional. Calzadilla afirmou que o Legislativo é o único autorizado legalmente a considerar esse tipo de solicitação do presidente.

No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça, principal corte do país, decretou vigente o decreto de emergência de Maduro, mesmo após o Congresso rechaçá-lo.

O vice-presidente encarregado da Economia, Miguel Pérez Abad, anunciou nesta quinta-feira que, para enfrentar a crise e combater a inflação, o governo aprovou um novo sistema de formação de preços. Com isso, a administração de Maduro deseja garantir o acesso a produtos essenciais, estimular a produção e assegurar as margens de lucro por meio do reconhecimento dos custos de produção, afirmou Pérez Abad, sem dar detalhes.

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O vice-presidente disse que, para reduzir o impacto das medidas, será criado um cartão para permitir o acesso a bens de maneira direta, com subsídio. A Venezuela enfrenta uma inflação que, segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), pode alcançar neste ano 720%, além de graves problemas de escassez de produtos e uma forte recessão. Segundo analistas, o quadro pode se agravar neste ano com a queda no preço do petróleo, que representa 94% da receita do país com exportações. Fonte: Associated Press.