Uma missão arqueológica da Universidade de Florença encontrou vestígios de quatro dos cinco castelos que, segundo se acredita, foram construídos pelos cruzados em torno da cidade de Petra (Jordânia), no vale do rio Jordão, no século XII.
A cidade, fundada pelos nabateus por volta de 550 a.C., caiu sob o domínio romano no século I d.C. Na época da primeira cruzada, Petra era a capital da Transjordânia e importante ponto de união das rotas comerciais entre Leste e Oeste, ligando ao Extremo Oriente, e entre Norte e Sul, no caminho dos Reis entre a Síria e Egito.
“Petra era um grande centro que, na primeira expedição dos cruzados, foi defendido com cinco castelos construídos nas colinas à sua volta, num raio de dez quilômetros”, declarou o professor Guido Vannini, que dirigiu a missão iniciada em 1987.
“Encontrar quatro dos cinco castelos sobre os quais há testemunhos nas fontes que chegaram até hoje, depois de anos de levantamentos topográficos e pesquisas arqueológicas, permite compreender a história e o papel desempenhado pelos cruzados, os chamados francos, durante os 80 anos em que permaneceram na região, na primeira cruzada”, acrescentou.
Os castelos de Petra se situam no centro de um sistema de fortificações construídas no vale do Jordão, num planalto de 1,8 mil metros. Dessa posição, os cruzados vigiaram durante quase um século as principais rotas comerciais e militares entre a Síria e o Egito.
“As pesquisas arqueológicas mostraram que os castelos e fortificações na Terra Santa foram edificados em base aos conceitos da arquitetura militar européia, em particular a francesa e a belga, mas adaptados aos lugares”, disse o professor Stefano Bertocci, da Faculdade de Arquitetura de Florença.
Após a derrota dos cruzados, os castelos foram utilizados pelos árabes. O que se encontra em melhores condições, o de Shawbak, será restaurado em 2006, segundo um projeto em conjunto com o governo da Jordânia.