A mediação da crise política em Honduras pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, é uma manobra dos Estados Unidos para suavizar seu apoio ao golpe militar aplicado contra Manuel Zelaya, afirmou hoje o ex-presidente cubano Fidel Castro. “Os Estados Unidos manobraram para ganhar tempo. O Departamento de Estado incumbiu Oscar Arias de auxiliar o golpe militar em Honduras, assediado pela vigorosa porém pacífica pressão popular”, escreveu Fidel em uma de suas Reflexões publicada hoje no Granma, jornal oficial do Partido Comunista cubano.

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Fidel acrescentou que “o golpe de Estado em Honduras, promovido pela extrema direita dos Estados Unidos e apoiado pelo Departamento de Estado, evoluiu mal por causa da enérgica resistência do povo”. Segundo ele, os EUA se inclinaram pela mediação de Arias por sua condição de Prêmio Nobel da Paz. Fidel qualificou o presidente costarriquenho como “um político neoliberal talentoso, habilidoso com as palavras e aliado fiel dos Estados Unidos”.

Ainda de acordo com o cubano, o plano de sete pontos apresentado por Arias no sábado “equivaleria a uma carta de rendição de Zelaya”. No entanto, não houve acordo e Zelaya pediu 72 horas para elaborar uma nova tentativa de solução para a crise. “Penso que até o próprio Arias caiu na grande armadilha montada pelo Departamento de Estado”, disse Fidel. “O povo de Honduras dará a última palavra”, concluiu.

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