Argentina terá trem de alta velocidade daqui a 4 anos

A Argentina será o primeiro país da América Latina a ter um trem de alta velocidade (TAVE), popularmente conhecido como trem-bala. O custo total do luxuoso trem é de US$ 4 bilhões, que serão pagos em 30 anos. Não adiantaram as críticas da oposição e de organismos de defesa do consumidor ou as correntes de e-mail’s contra o projeto. A presidente Cristina Kirchner não deu ouvidos e assinou, nesta terça-feira (29), o decreto que autoriza a construção da trem-bala em quatro anos.

Por cada uma das 500 poltronas do trem-bala, o governo argentino pagará 25 milhões e meio de pesos, equivalente a cerca de R$ 13 5 milhões. O trem vai unir as cidades de Buenos Aires, Rosario e Córdoba, e se chamará Cobra. O trem-bala percorrerá, no total, 710 quilômetros até Córdoba.

O trem conectará núcleos urbanos onde se concentra 60% da população do país. Mas existe uma polêmica sobre quantos habitantes poderão pagar os 500 pesos da passagem (R$ 269) até Rosário ou mil pesos até Córdoba (R$ 538).

Para financiar o projeto, o governo argentino emitirá bônus de dívida no valor de 2,5 bilhões de euros (cerca de R$ 6,5 bilhões). A presidente argentina Cristina Kirchner disse que a obra não afetará a capacidade do Estado de investir em outras áreas, como acusa a oposição. "Não vamos deixar de fazer esgotos por causa do trem-bala", defendeu Cristina.

No entanto, o montante que será aplicado na construção do trem-bala é equivalente ao orçamento destinado aos setores de Educação, Cultura e Saneamento Básico (água encanada e esgoto) para todo o ano de 2008.

A ex-candidata presidencial da Coalizão Cívica, de oposição, Elisa Carrió, afirmou que viajar no trem será mais caro do que de avião. Segundo ela, uma passagem econômica de avião, ida e volta, de Buenos Aires até Rosario custa cerca de 340 pesos (R$ 183), enquanto que a do trem bala custará 500 pesos (R$ 269).

Mesmo assim, Cristina defendeu o salto qualitativo que o trem-bala significará para o serviço ferroviário no país. O trem bala é "um salto à modernidade" e "uma aposta estratégica", disse.

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