A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e seu falecido marido, Néstor Kirchner, dominaram a política do país durante 12 anos, com uma agenda interna centrada em programas sociais para os mais pobres e uma estratégia externa de políticas protecionistas e retórica combativa. Neste domingo, os eleitores terão a oportunidade de ajudar a decidir se essas políticas se manterão, nessa nação de 41 milhões de habitantes, ao se pronunciarem em primárias abertas para os candidatos presidenciais, que têm quase asseguradas as nomeações de seus respectivos partidos.

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Para os que aspiram à presidência, as primárias ajudam a calibrar como vão as campanhas para as eleições gerais de 25 de outubro e até que ponto devem se alinhar às políticas sociais do kirchnerismo. A Constituição impede a presidente de buscar um terceiro mandato.

O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, ex-vice-presidente, é o candidato do peronismo, partido da presidente. Ele elogiou as políticas de Cristina, mas também prometeu reformas necessárias e uma atitude mais amistosa nas relações exteriores.

Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires prestes a deixar o cargo e ex-presidente do clube de futebol Boca Juniors, é o principal nome da oposição. Ele prometeu um país melhor para as empresas e o fim das restrições à compra de dólares, uma promessa que o governo e alguns economistas consideram pouco realista.

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Já Sergio Massa, que ocupou cargos eletivos e no governo e depois se distanciou da presidente, apresenta-se como independente e promete perseguir os políticos corruptos.

Scioli está há meses à frente nas pesquisas e os últimos levantamentos dão a ele vantagem de 10 pontos porcentuais sobre Macri. Na avaliação de Patricio Giusto, diretor do centro de estudos Diagnóstico Político, é a primeira vez em anos que há dois candidatos com chances de vencer no país.

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Também neste domingo, serão eleitos candidatos para vários postos de governador e no Congresso. Somente os candidatos com ao menos 1,5% dos votos em suas disputas eleitorais podem prosseguir sua campanha eleitoral, o que na prática elimina muitos minoritários.

As primárias ocorrem em um quadro de dificuldades econômicas para o país. Analistas independentes estimam que a inflação subiu para mais de 30% e o peso argentino tem sofrido uma forte desvalorização ante o dólar nos últimos meses. Uma longa disputa com fundos de investimento se arrasta nos EUA, mantendo investidores estrangeiros à distância. Fonte: Associated Press.