A presidente Cristina Kirchner lançará na próxima semana uma ampla ofensiva para obter apoio de outros países na disputa que mantém com os britânicos pela posse das Ilhas Malvinas. O conflito foi intensificado nos últimos dias pelo iminente início de exploração de petróleo no arquipélago – em posse dos britânicos desde 1833 – que a Argentina reivindica como parte de seu território.
Em uma última tentativa de impedir as perfurações, Cristina pedirá respaldo para pressionar os britânicos aos presidentes dos países do Grupo do Rio – entre eles o Brasil – que na segunda e na terça-feira participarão de uma reunião no México. Além do Grupo do Rio, o chanceler argentino, Jorge Taiana, se reunirá com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a quem pedirá que a organização internacional interceda na crise diplomática.
No fim de semana chegará às Malvinas a plataforma da empresa petrolífera Desire Petroleum para iniciar a perfuração a 160 quilômetros ao norte do arquipélago. Se a operação for bem-sucedida, será a primeira vez que petróleo jorrará nas ilhas, fato que, segundo analistas em Londres e Buenos Aires, entusiasmaria os moradores a buscar autonomia. Essa possibilidade, afirmam, poderia colocar a pique a reivindicação argentina sobre as Malvinas.
Na semana passada, Cristina decretou que todos os navios que partam rumo às Malvinas terão de contar com autorização da Argentina. O motivo é impedir que insumos para a extração petrolífera cheguem às ilhas, elevando o custo da atividade. Mas especialistas afirmam que, apesar disso, a extração nas ilhas será lucrativa sempre que o preço do barril do petróleo for superior a US$ 25 (atualmente está em US$ 77).