“Junte-se a nós e seus problemas estarão resolvidos.” Jovens argelinos tem recebido essa mensagem por SMS em seus celulares, numa operação direta da Al-Qaeda para manter suas operações e usar cada vez mais o norte da África como base de recrutamento do grupo.
No vilarejo de Baghlia, a 97 quilômetros da capital, Argel, ou nos subúrbios pobres das grandes cidades, terroristas islâmicos descobriram que não será a religião nem o ódio ao Ocidente que fará seu exército de aliados expandir-se. A busca é simplesmente por jovens desesperados, sem emprego, rejeitados pela autoridades de imigração europeia e, principalmente, sem perspectivas.
Por anos, o governo argelino não economizou recursos para frear o avanço islamita e as autoridades chegam a constatar que Argel foi a primeira vítima do fundamentalismo islâmico, ainda no começo dos anos 90. Em grande parte, esses grupos foram derrotados, depois de uma guerra matou 150 mil.
Agora, porém, redutos de fundamentalistas ainda conseguem sobreviver e, cada vez mais, ganham uma proporção que vai bem além das fronteiras da Argélia. Nesta semana, o Exército argelino deu início a uma operação de mais de quatro mil soldados na região de Kabylie para tentar desmantelar as redes de terroristas, justamente antes das festas de fim de ano, que podem ser consideradas alvos de ataques terroristas.
Mas críticos do governo e a própria população alertam de que não serão os soldados que aniquilarão os fundamentalistas. A solução, para muitos, virá apenas com uma situação social mais favorável.