Apresentado novo plano para redução de déficit nos EUA

O ex-senador republicano Alan Simpson e o empresário e político democrata Erskine Bowles apresentaram nesta terça-feira um plano detalhado para reformular a legislação tributária e implementar profundos cortes de gastos, em uma tentativa de oferecer um guia para um acordo fiscal bipartidário nos EUA.

Simpson e Bowles presidiram juntos em 2010 a Comissão Nacional sobre Responsabilidade Fiscal e Reforma, criada pelo presidente Barack Obama para elaborar um plano para reduzir o déficit orçamentário. A nova proposta reduziria o déficit federal em US$ 2,4 trilhões ao longo dos próximos 10 anos, mais do que a meta de US$ 1,5 trilhão estabelecida pela Casa Branca.

Os parlamentares dos EUA deixaram Washington na semana passada, para um recesso nesta semana, e recentemente houve pouco progresso nas negociações para evitar os cortes de gastos automáticos programados para entrar em vigor em 1º de março. Esses cortes, que somam US$ 85 bilhões, seriam implementados de março a setembro, quando termina o atual ano fiscal.

Os líderes republicanos na Câmara dos Representantes ainda não detalharam o tamanho do pacote de redução do déficit orçamentário que devem propor, afirmando apenas que o objetivo é zerar o déficit em 10 anos, o que sugere uma redução de US$ 4 trilhões. Os republicanos dizem que seu plano não inclui aumento de impostos, o que difere da visão democrata, que acredita ser necessário elevar a tributação.

A nova proposta Simpson-Bowles prevê US$ 600 bilhões em cortes de gastos por meio de mudanças nos programas de saúde do governo, como o Medicare (para idosos) e Medicaid (para a população mais carente). Isso é quase US$ 200 bilhões a mais do que a Casa Branca diz estar disposta a aceitar.

Outros US$ 600 bilhões viriam de reduções ou exclusões de brechas tributárias. E mais US$ 1,2 trilhão viriam de reduções em gastos discricionários, que são aprovados anualmente pelo Congresso. Isso inclui mudanças no cálculo do aumento no custo de vida para o pagamento dos benefícios da Previdência Social, reduções nos subsídios agrícolas, e alterações nos programas de aposentadoria de militares e servidores públicos, entre outras coisas.

O plano diz que os líderes políticos deveriam se esforçar para reduzir a dívida pública para menos de 70% do PIB em 10 anos. Este mês o Escritório de Orçamento do Congresso estimou que a dívida deve atingir 77% em 2023 se novas medidas não forem adotadas.

O projeto apresentado hoje é a quarta tentativa de Simpson e Bowles nos últimos três anos de angariar apoio público e político para um plano de redução do déficit orçamentário. As informações são da Dow Jones.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo