A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu hoje formar rapidamente um novo governo de centro-direita. A União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler, venceu ontem as eleições parlamentares, derrotando seu rival, o Partido Social Democrata (SPD). “Nós atingimos nosso objetivo eleitoral”, afirmou Merkel. Ela deve agora começar a negociar uma coalizão com o Partido Liberal Democrata (FDP). Com isso, a “grande coalizão” que unia os rivais CDU e SPD será encerrada.

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O FDP, o CDU e outro aliado, a União Social Cristã (CSU), da Baviera, obtiveram juntos 48,4% dos votos, suficientes para formar um novo governo, segundo os resultados preliminares divulgados hoje. O candidato do SPD, Frank-Walter Steinmeier, reconheceu ontem a derrota. “Os resultados asseguram uma maioria estável”, notou Merkel. O líder do FDP, Guido Westerwelle, disse que a sigla está “pronta para assumir a responsabilidade e ajudar a governar a Alemanha”.

Os partidos vão começar a discutir a formação do novo gabinete. Westerwelle deve se tornar vice-chanceler e ministro das Relações Exteriores. Karl-Theodor zu Guttenberg, da CSU, é cotado para permanecer como ministro da Economia ou mesmo assumir o Ministério das Finanças. O especialista em finanças do FDP Hermann Otto Solms também é apontado como possível ministro das Finanças e seu colega de partido Rainer Bruederle, para o Ministério da Economia.

O SPD obteve apenas 23,0% dos votos, seu pior resultado desde 1953. Steinmeier será o líder da minoria do SPD no Parlamento. O voto na Alemanha não é obrigatório e o comparecimento teve um recorde negativo. Apenas 70,8% dos 62,2 milhões de eleitores foram às urnas.

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Maioria confortável

De acordo com os resultados preliminares, o governo de centro-direita terá uma maioria confortável de 332 cadeiras, em uma Câmara dos Deputados com 622 postos. Foi o melhor resultado da história do FDP em eleições nacionais. A Esquerda obteve 11,9% dos votos, enquanto o Partido Verde ficou com 10,7%.

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A nova coalizão de centro-direita terá um grande desafio pela frente na área econômica, após a Alemanha sair recentemente da pior recessão no país em 60 anos. “Uma coalizão de governo incluindo o FDP dever ser bem-vinda do ponto de vista do mundo corporativo”, acredita Thorsten Polleit, do Barclays Capital.

Merkel e Westerwelle disseram que cortes de impostos estão na plataforma do governo, mas o tamanho desses cortes e o momento ideal para isso ainda não estão definidos. Merkel almeja primeiro retomar uma condição econômica melhor, para depois cortar impostos.

Tarefa difícil

O professor de ciência política Peter Loesche, da Universidade de Goettingen, prevê uma tarefa difícil para a nova coalizão. “Haverá cortes simbólicos de impostos inicialmente. O principal tópico será o déficit e o desemprego crescente no ano que vem, que prejudicarão a popularidade da coalizão”, disse Loesche. “Não haverá quaisquer grandes reformas” inicialmente, prevê o especialista, que aguarda mudanças mais profundas sobre cortes de gastos, por exemplo, apenas para 2011. As informações são da Dow Jones.