A China suspendeu a geração de energia na principal represa do rio Amarelo com o objetivo de conter o diesel que vazou de um oleoduto na semana passada, o último desastre ambiental a afetar os rios da China, considerados um dos mais poluídos do mundo. A estimativa é que o vazamento, iniciado no dia 30 de dezembro, tenha despejado cem toneladas de óleo diesel no rio Wei, que deságua no Amarelo, fonte de abastecimento de água para milhares de chineses.
Todos os seis geradores da estação elétrica de Sanmenxia foram desligados no sábado para manter a água contaminada dentro da represa e evitar que ela siga rio abaixo para importantes cidades que dependem do rio para seu abastecimento, disse Yang Ming, porta-voz do Birô de Conservação de Água de Sanmenxia. “Podemos sofrer perdas econômicas com essa medida, mas precisamos considerar a situação como um todo”, disse hoje Yang, por telefone, da central do birô na província de Shaanxi, norte do país.
Construída da década de 1960, a represa de Sanmenxia gera 1,2 bilhão de quilowatts por hora por ano, uma pequena fração dos 19 bilhões de quilowatts por hora gerados pelas sete usinas de geração de energia ao longo do rio Amarelo. As autoridades já disseram a 850 mil pessoas que vivem em comunidades ribeirinhas que evitem usar as águas do rio Amarelo para consumo próprio ou de animais.
No entanto, em comunicado divulgado na noite de ontem, o governo provincial disse que medidas de limpeza como a construção de canais de desvio, barreiras de contenção e agentes que absorvem o combustível, surtiram efeito na contenção do vazamento.
Até ontem, nenhuma mancha de óleo podia ser vista no rio Wei e a concentração do combustível no rio estava na média de 0,79 partes por milhão (0,79 miligramas por litro), dentro dos limites aceitáveis, segundo o comunicado. A qualidade das águas do rio Amarelo, o segundo mais longo da China, tem se deteriorado rapidamente nos últimos anos em razão do aumento do despejo de dejetos industriais e da queda do nível das águas por causa do desvio para o uso pelas cidades.