Navios do comboio de assistência humanitária Aquarius atracaram neste domingo no porto de Valencia, na Espanha, encerrando um imbróglio que durou uma semana e fez apenas com que centenas de imigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo virassem peões na disputa dentro da União Europeia em torno de políticas de acolhimento de imigrantes e refugiados.

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O barco da guarda costeira italiana Dattilo foi o primeiro de um total de três embarcações levando 630 imigrantes a alcançar terra, pouco antes das 7h (horário de Madri). Operado pelos grupos de assistência humanitária SOS Mar Mediterrâneo e Médicos Sem Fronteiras (MSF), o barco Aquarius (que deu nome ao comboio) ficou preso nas imediações da costa da Sicília, na Itália, em 9 de junho, quando o novo governo populista do país se negou a lhe dar permissão para atracar e demandou que Malta fizesse o mesmo.

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Após dias de discussões sobre minúcias entre autoridades europeias e escassez de água e alimentos no Aquarius, a Espanha se apresentou e concedeu entrada ao barco de resgate. A jornada de 1.500 km através do Mediterrâneo da Sicília a Valência demorou quase uma semana.

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Os imigrantes foram recebidos por trabalhadores de saúde, voluntários da Cruz Vermelha e psicólogos da marina da cidade. Cada um foi designado a um tradutor, e autoridades trabalharam para esclarecer suas identidades antes de enviá-los a centros de recepção.

O funcionário de emergência da cidade de Valencia, Jorge Suarez, disse que os exames de saúde dos 130 imigrantes do barco Dattilo não revearam problemas sérios, mas muitos passageiros mostraram sinais de exposição a altas temperaturas no mar. Autoridades espanholas estão examinando os imigrantes caso a caso para verificar quem preenche os requisitos de pedidos de asilo.

Devido ao impasse que se arrastou desde 9 de junho, os imigrantes do comboio capitaneado pelo Aquarius receberam autorizações especiais para permanecer na Espanha por 45 dias antes que precisem resolver sua situação legal. (Associated Press)