A presidente Cristina Kirchner e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, abriram uma nova frente de batalha política. Desta vez, o foco do confronto é o Judiciário, que sofreu grandes cortes de verbas ordenadas pelo governo. Os setores mais atingidos são a Corte Suprema de Justiça e o Conselho de Magistrados, que sofreram um corte de 38% da verba prevista no projeto do Orçamento Nacional de 2011 enviado pelo governo ao Congresso.
A decisão coincide com uma série de reveses que Cristina teve nos tribunais nas últimas duas semanas. Entre eles está a suspensão da medida que implicava no fechamento da Fibertel, empresa de internet do Grupo Clarín, na mira do governo há dois anos.
Os juízes reclamaram da redução de verbas, alegando que isso tornará muito mais complicado o funcionamento da Corte. Kirchner atacou os juízes, afirmando que eles estavam “favorecendo um monopólio”, referindo-se ao Grupo Clarín. Cristina também acusou os juízes da Corte de não serem independentes. Já o chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández, qualificou os juízes de “mentirosos descarados”.
O principal ponto de conflito do governo com a Justiça é a Lei de Mídia, já que diversos juízes federais suspenderam parcialmente sua aplicação desde o início do ano. A lei é crucial para o governo, pois reduz a atuação dos grupos de comunicação críticos ao casal Kirchner. Nos últimos meses o governo entrou com recursos nos tribunais para reverter a suspensão, mas os casos atualmente estão sendo analisados na Corte Suprema.