O premiê do Líbano, Saad al-Hariri, fechou acordo neste domingo, 20, por um pacote de reformas com aliados do governo para amenizar uma crise econômica que desencadeou protestos em todo o país, segundo fontes oficiais. A expectativa é de que a medida seja aprovada na segunda-feira em uma reunião do gabinete.
Hariri, que lidera uma coalizão do governo atingida por rivalidades sectárias e políticas, deu a seus aliados um prazo de 72 horas na sexta-feira para chegarem a um acordo sobre reformas que pudessem afastar a crise, sugerindo que, caso contrário, ele poderia renunciar.
As decisões pedem uma redução de 50% nos salários de atuais e ex-autoridades e US$ 3,3 bilhões em contribuições de bancos para atingir um “déficit perto de zero” para o orçamento de 2020. O pacote também inclui um plano de privatização para o setor de telecomunicações e uma reforma do frágil sistema elétrico.
Protestos massivos ganhavam força neste domingo em todo o Líbano em uma demonstração sem precedentes de dissidência contra a elite governante, ao passo que milhares se uniam para exigir a derrubada de um sistema que veem como assolado por corrupção e nepotismo.
Manifestantes tomaram ruas em todo o país pelo quarto dia, clamando por revolução em protestos que remetem à revolta árabe de 2011 que tirou quatro presidentes do poder.
O movimento nasceu de forma espontânea na quinta-feira, após o anúncio de uma tarifa para as ligações feitas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. A medida foi cancelada por pressão das ruas.
Mas a irritação dos libaneses foi canalizada em seguida para a situação econômica e política em geral, em um país onde mais de 25% da população vive abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial. (Com agências internacionais)