O ministro de Assuntos Internos da Índia, Shivraj Patil, renunciou neste domingo (30), afirmando que assumia a “responsabilidade moral” pelos ataques terroristas que mataram aproximadamente 200 pessoas em Mumbai e transformaram partes da cidade em uma zona de guerra por três dias. A renúncia foi aceita pelo primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, que nomeou o ministro de Finanças, P. Chidambaram, como novo ministro de Assuntos Internos. O ministério das Finanças será assumido por Singh.
Os dados mais recentes sobre o número de vítimas dos ataques mostravam 195 pessoas mortas e aproximadamente 300 feridas. Cerca de 30 estrangeiros foram mortos, entre eles cinco norte-americanos, dois franceses, dois australianos e dois canadenses.
Autoridades antiterrorismo dos Estados Unidos disseram que havia indícios de que o grupo Lashkar-e-Taiba poderia estar por trás dos ataques. A imprensa indiana também relatou que o único militante sobrevivente, Ajmal Amir Kamal, 21 anos, identificou todos os responsáveis como paquistaneses que foram treinados pelo Lashkar durante um interrogatório.
O Lashkar-e-Taiba luta contra o controle indiano na região da Caxemira e foi responsável por um ataque ao parlamento da Índia em 2001. O grupo operava abertamente no Paquistão até ser declarado como ilegal após os ataques de 11 de setembro de 2001 e negou a responsabilidade.
O Paquistão, que lutou contra a Índia em duas guerras pela Caxemira, também negou qualquer tipo de vínculo com os ataques. O presidente do país, Asif Ali Zardari, pediu à Índia que não tivesse uma reação exagerada à possibilidade dos terroristas pertencerem ao Lashkar-e-Taiba e disse ser necessária uma ação imediata contra os autores do atentado.
Um dos terroristas que mantinha reféns em um centro cultural judeu em Mumbai sugeriu que o tratamento dado aos muçulmanos na Caxemira indiana era o principal motivo por trás dos ataques. “Vocês têm consciência de quantas pessoas assassinaram na Caxemira?”, questionou, em idioma Urdu, durante uma entrevista por telefone para uma rede de televisão. Ele foi morto posteriormente por soldados indianos.
Violência
O atentado terrorista em Mumbai, iniciado na quarta-feira à noite, foi realizado por cerca de doze homens armados divididos em grupos. Eles atacaram diversos locais da cidade, entre eles uma estação ferroviária e um hospital. As forças de segurança retomaram o controle da cidade 60 horas depois do início dos ataques, quando mataram três dos terroristas no hotel de luxo Taj Mahal.
Segundo as autoridades, os militantes possuíam munição suficiente para matar 5 mil pessoas e em nenhum momento fizeram exigências para a libertação dos reféns. Testemunhas disseram que os terroristas procuravam reunir pessoas com passaportes dos EUA e do Reino Unido. Os EUA, Israel e o Reino Unido estavam entre os países que ofereceram assistência para auxiliar nas investigações. As informações são da Dow Jones.