Anulação de lei aumenta tensão política no Uruguai

A substituição de um general que comandava a região militar mais importante do Uruguai e a advertência a um brigadeiro por declarações políticas “fora de contexto” provocaram uma tensão no governo do presidente uruguaio José Mujica.

Ontem, o mandatário ordenou a substituição do general Luis Pérez, que comandava a região militar de Montevidéu e do departamento vizinho de Canelones, a qual possui 2 mil soldados. A substituição ocorreu por causa de divergências entre Pérez e o comandante em chefe do exército, o general Jorge Rosales.

Embora a informação oficial sobre a substituição não esteja vinculada à divergência, provocada pela decisão da coalizão de governo Frente Ampla de anular a Lei de Anistia aos militares da ditadura (1973-1985), o próprio Mujica admitiu que a anulação “gerou um panorama complicado e aumentou a tensão”.

A Câmara dos Deputados do Uruguai deverá se reunir em 19 de maio para sancionar a anulação da Lei de Anistia, que em 12 de abril foi anulada pelo Senado.

Aprovada em 1986, a medida foi respaldada em 1989 por um plebiscito com 55% da aprovação. A lei foi aprovada por um segundo plebiscito em 2009. Juristas afirmam que anular a lei é inconstitucional, uma vez que ela foi aprovada pela população em dois plebiscitos. As informações são da Associated Press.

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