Ano fértil no zoológico e Passeio Público da capital

O ano de 2006 foi bastante fértil no jardim zoológico e no Passeio Público de Curitiba. De janeiro até o início deste mês de dezembro, foram registrados nos dois locais 115 nascimentos. Destes, foram 54 entre mamíferos (41 no zôo e 13 no Passeio), 59 entre aves (39 no zôo e 20 no Passeio) e dois de répteis, verificados no Passeio.

Os filhotes que mais estão despertando a curiosidade do público, tanto pela graciosidade quanto pelo tamanho, são os de felinos. No último dia 23 de outubro, os funcionários do zoológico ficaram encantados com o nascimento de três leões (duas fêmeas e um macho). As ferinhas, que parecem (só parecem!) mansas como gatinhos domésticos, são filhas de Simba, de quatro anos de idade, e Diana, de onze. Ambos são moradores antigos do zôo.

?São as primeiras crias tanto de Simba quanto de Diana. Ela já tinha ficado prenha antes, mas o filhote nasceu morto. Não sabemos a causa do falecimento, mas pode ter acontecido pelo fato de Diana já estar com uma idade considerada avançada?, comenta o médico veterinário do Departamento de Zoológico da Prefeitura Municipal de Curitiba, Manoel Lucas Javorouski. ?Na natureza, os leões vivem cerca de quinze anos. Em cativeiro, já foram registrados animais com 25 anos.?

Até agora, foram registrados
nos locais 115 novos nascimentos.

A gestação de um leão dura entre 108 e 110 dias. Os filhotes nascem pesando, em média, entre quinhentos e seiscentos gramas. Quando são pequenos, são muito ameaçados por urubus, que são capazes de atacá-los. Muitas vezes, as aves não os matam, mas podem furar-lhes os olhos, comprometendo-lhes a sobrevivência. Para evitar os ataques, assim que nasceram os leõezinhos do zôo foram deixados, junto com a mãe, em um recinto especial.

Os animais mamam até aproximadamente os oito meses de idade e assumem a maturidade com um ano e meio, tornando-se independentes. De reprodução fácil em cativeiro, em muitos zoológicos os leões já chegaram a ser considerados pragas. Por isso, os filhotinhos curitibanos, depois de crescidos, não vão ser enviados para outros locais. A idéia é mantê-los no zoológico da capital para que eles passem a desenvolver um comportamento de bando. Para evitar cruzamentos consangüíneos (entre familiares), uma solução pode ser a realização de vasectomia nos machos. Os mesmos não podem ser castrados. Isto faz com que eles percam as jubas.

Além de Simba e Diana e dos três filhotes, o zôo mantém mais um leão. Porém, ele não é colocado em área de exposição. Os felinos se alimentam de fígado, coração bovino e presas inteiras abatidas (como coelhos). Ainda este ano, o zoo registrou o nascimento de uma onça. Entretanto, o animal não sobreviveu e o fato não chegou a ser noticiado.

Mão-pelada

As aves também chamam a atenção de quem vai aos parques.

Outro nascimento de destaque, entre mamíferos, foi o de três filhotes de guaxinins (também chamados de ?mãos-peladas?), ocorrido no último mês de novembro. Os bichos, que têm uma mancha preta ao redor dos olhos e parecem estar usando óculos de sol, possuem hábitos noturnos e dificilmente são vistos em atividade durante o dia pelos visitantes do zôo.

A chegada dos filhotes foi bastante comemorada, pois é a primeira cria do casal de guaxinins que vive em Curitiba. ?Estamos felizes, pois a fêmea e o macho foram aproximados há quatro meses e já se reproduziram?, conta Manoel. Em cativeiro, os animais são alimentados com frutas, carne, camarão e sardinha. A espécie está ameaçada de extinção devido, principalmente, à destruição de seu habitat natural. É originária da América do Norte e Central.

Outros animais que se reproduziram no decorrer do ano foram o cervo-nobre, o veado-pardo, a cervicapra, o lhama e a queixada. Todos estes se reproduzem bem em cativeiro, tendo filhotes no zôo da capital quase todos os anos. Também foi verificado um nascimento de bisão, mas, como no caso da onça, o filhote não sobreviveu.

Alguns nascimentos são aguardados

Ainda não foi neste ano, mas vários nascimentos continuam sendo aguardados no zoológico. Um dos principais é o de filhotes do papagaio-de-cara-roxa, espécie que vive na área de Mata Atlântica e está bastante ameaçada de extinção.

Há alguns anos, foram construídos recintos especiais para manutenção e reprodução das aves. De tempos em tempos, elas têm suas fezes coletadas para exames de dosagem hormonal e passam por remanejamentos de parceiros. Porém, apesar de tantos cuidados e atenção, os filhotes ainda não apareceram.

Também entre as aves, há 25 anos é esperado o nascimento de harpias, um pássaro grande que se caracteriza por ter as costas pretas e a barriga branca. O zoo mantém um casal e os funcionários não sabem ao certo porque ele nunca se reproduziu.

Girafas

Outras que têm a reprodução bastante aguardada, principalmente pelo público visitante do zoo, são as girafas. O casal Piekarski e Pandinha, nascida em Curitiba, é mantido junto há vários anos e possui grande entrosamento, mas nunca teve filhotes. Há suspeitas de que o motivo possa ser baixa qualidade espermática.

Alegria com a chegada dos gansos

Entre as aves mantidas no jardim zoológico, foi muito comemorado o nascimento de filhotes de gansos australianos e gansos do Orinoco. Os primeiros nunca haviam se reproduzido no local, embora já estivessem aqui há cerca de quatro anos. Já os segundos são considerados sob ameaça de extinção, o que por si só faz com que todo nascimento seja considerado importante e especial.

Australianos

Os gansos australianos, como o próprio nome diz, são originários da Austrália. No zôo da capital, são mantidos seis animais, sendo três filhotes nascidos no último mês de outubro. O pássaro é caracterizado pelo corpo acinzentado e pelo bico verde, que chama a atenção principalmente das crianças. Os filhotes nascem um pouco diferentes: listrados em preto e branco.

?Ninguém sabe ao certo por que os gansos nunca se reproduziram anteriormente, sendo que eles sempre foram mantidos nas mesmas condições em cativeiro. Estamos felizes com a chegada dos filhotes, os mantivemos à base de ração especial e isolados para evitar o ataque de predadores?, afirma o veterinário Manoel.

Orinoco

O ganso do Orinoco (Neochen jubatus), apesar do nome, também ocorre no Brasil. Está ameaçado de extinção devido à destruição de seu habitat natural e já se reproduziu três vezes, em três anos consecutivos, no zôo da capital. Este ano, nasceram dois filhotes, totalizando seis indivíduos.

Passeio

No Passeio Público, no decorrer do ano, também nasceram várias aves. Entre elas estão os papagaios-galegos, o mutum-de-penacho, os papagaios-de- peito-roxo e o sabiá-cica.

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