Anistia alerta sobre violência contra iraquianas

A Anistia Internacional (AI) denunciou um “perigoso” aumento na violência contra mulheres no Iraque, e enfatizou que as forças de ocupação “têm a obrigação de restabelecer a segurança e a lei para a população”. “A violência contra mulheres cresceu de forma significativa e perigosa no Iraque, em comparação ao período anterior à guerra. Depois do conflito, a lei e a ordem no país foram completamente rompidas”, advertiu a entidade num comunicado distribuído em Londres.

A ONG afirmou que a falta de segurança no Iraque “continua sendo uma ameaça muito séria à população”, ressaltando que milhares de mulheres e meninas iraquianas “vivem a cada dia sob o medo de serem surradas, seqüestradas, estupradas ou assassinadas”.

Segundo a Anistia, a violência nesse país “é endêmica”, seja na forma de ataques de grupos criminosos armados, ou abusos cometidos pelas forças anglo-americanas de ocupação.

“Milhões de iraquianos estão sofrendo as conseqüências da destruição e saque da infra-estrutura nacional, com escolas, hospitais e casas demolidas”, assinalou a AI, advertindo que os distúrbios nas ruas “repercutirão no âmbito doméstico, com mais violência contra as mulheres dentro dos lares”.

O comunicado denunciou ainda as “constantes ameaças de morte” contra grupos de direitos humanos, especialmente organizações que trabalham em defesa da mulher, como “Women for Women” e a Organização para a Libertação da Mulher no Iraque (OWFI).

“Sob as leis internacionais, as forças de ocupação são responsáveis pela garantia da segurança da população civil no Iraque. Elas têm a obrigação de manter e restaurar a ordem pública, prover mantimentos, assistência médica e assistência humanitária. Mas até o momento, fracassaram flagrantemente em suas responsabilidades”, alertou a entidade.

Nesse sentido, a Anistia exigiu que as forças de ocupação “cumpram com suas obrigações internacionais, implementem as resoluções da ONU e usem de sua influência para assegurar que os direitos das mulheres sejam protegidos e respeitados sob a lei”.

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