A empresa petrolífera estatal do Uruguai, a Ancap, pretende investir nos próximos sete anos mais de US$ 1,5 bilhão em extração de petróleo, melhorias em sua infra-estrutura e projetos de produção de combustíveis alternativos.
Dois dos principais projetos são a extração de petróleo na Faixa de Orinoco, em parceria com a PDVSA da Venezuela e a argentina Enarsa, e também a ampliação de sua refinaria em Montevidéu, disse à ANSA o presidente da Ancap, Raúl Sendic.
A exploração do petróleo na Venezuela trará importantes benefícios para o Uruguai, segundo Sendic, o qual comentou que o projeto custará cerca de US$ 600 milhões e terá um retorno de 45 mil barris por dia.
Em relação à ampliação da refinaria de Montevidéu, cujo investimento está estimado em US$ 500 milhões, a Ancap pretende "aumentar sua produção e capacitá-la para refinar tanto petróleo médio como pesado", declarou Sendic.
Sobre a plataforma continental uruguaia, o presidente afirmou que os trabalhos sísmicos estão acabando e em dezembro está prevista uma "Rodada Uruguai" em Montevidéu, com o intuito de reunir multinacionais interessadas na exploração do petróleo caso sua existência seja comprovada.
A companhia participará também da construção de uma fábrica de gás com a Argentina, projeto que tem o orçamento de US$ 1,5 bilhão, no qual estão interessadas empresas como Petrobras, British Gas e Repsol.
A Ancap já investirá neste ano US$ 24 milhões no projeto sucroalcooleiro de Bella Unión, em conjunto com a PDVSA, a 601 quilômetros de Montevidéu, na fronteira com o Brasil.
Com as aplicações de capital feitas nessa região, a área de cultivo de cana-de-açúcar irá aumentar de 7 mil para 10 mil hectares e serão produzidos 20 milhões de litros anuais de etanol, além de cinco ou seis megativos de energia elétrica.
As primeiras remessas de etanol acontecerão no fim deste ano, disse Sendic, que acrescentou que a Ancap vai exportar para a Venezuela sete ou oito mil toneladas anuais de açúcar.
A Ancap pretende também abrir uma fábrica de biodiesel produzido a partir do óleo de girassol, em associação com a companhia de laticínios uruguaia Conaprole e a de óleos Cousa, o que permitirá a comercialização do combustível em 2009 no país.