Analisados restos mortais encontrados no norte do Chile

Uma equipe de quatro especialistas do Serviço Médico Legal iniciou nesta sexta-feira (18) trabalhos para determinar se os restos humanos encontrados no norte do Chile correspondem a um ou mais presos desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

O grupo liderado pelo antropólogo alemão Udo Kremzer chegou na noite de desta quinta-feira (17) à localidade de Diego de Almagro, na região do Atacama, 800 quilômetros ao norte de Santiago. Os restos foram localizados após um testemunho entregue em confissão a um sacerdote católico.

Lorena Pizarro, presidente da Associação de Presos Desaparecidos, pediu cautela diante da descoberta devido aos erros cometidos na identificação dos restos de cerca de cem vítimas, exumadas anos atrás no Cemitério Geral de Santiago, onde estavam sepultadas sem identificação.

“Temos esperança e expectativa de encontrar algum dos nossos, mas a experiência do pátio 29 [do Cemitério] nos faz ser muito discretos e levar isso com tranqüilidade”, declarou à rádio Cooperativa. Pizarro pediu que “se realizem todas as diligências com o profissionalismo, cautela e rigor necessários nesses processos”.

Segundo versões da imprensa local e de familiares de presos desaparecidos, os restos podem ser do ex-gerente geral da mina El Salvador, o socialista Ricardo García; do dirigente sindical comunista Benito Tapia e do também sindicalista Maguindo Castillo, vítimas da Caravana da Morte, uma operação repressiva da ditadura.

A presidente Michelle Bachelet, após se reunir ontem com familiares de presos desaparecidos, disse que a descoberta “reabre um momento crítico e doloroso. É uma ferida que volta a sangrar”.

“Faremos todos os esforços, tudo de acordo com os protocolos que fixamos, para poder identificar estes restos que podem se relacionar com seus seres queridos ou não”, disse Bachelet aos familiares.

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