O chanceler brasileiro, Celso Amorim, vai cobrar diretamente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na terça-feira, uma posição mais ativa para esclarecer a real situação do programa nuclear do Irã e, ao mesmo tempo, mediar a discussão do acordo de troca de urânio por combustível nuclear. Amorim vai receber, no Rio, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano.

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Para o Itamaraty, não há dúvidas de que cabe a Amano tomar as rédeas para resolver o problema nuclear iraniano. Segundo um especialista no tema, o relatório de fevereiro da agência sobre a questão não trouxe dados novos, mas um tom político mais duro, que acentuou as desconfianças de Teerã.

Ontem, na Jordânia, o chanceler repetiu que é necessário o “engajamento” da AIEA para evitar que essas questões, que estão em aberto, motivem a adoção de novas sanções ao Irã pela ONU, como querem os EUA e seus aliados. Isso, na visão de Amorim, repetiria o desastre causado à população do Iraque pelas retaliações no início da década e reforçaria as posições mais radicais no país.

Na avaliação do Itamaraty, a troca do urânio iraniano enriquecido em baixo teor (3,5%) por combustível nuclear da Rússia ou França seria o melhor meio de resgatar a confiança entre as partes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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